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 | Henry Milleo /Arquivo / Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo /Arquivo / Gazeta do Povo

Depois de uma falha de ampla repercussão no embarque de uma criança de sete anos em 2015, a Latam (novo nome da TAM) criou um serviço que permite aos pais rastrear e monitorar, em tempo real, onde está um menor que viajou desacompanhado.

Funciona de duas formas. A primeira é uma pulseira que a criança recebe no check-in, com um QR Code, um código de barras bidimensional.

Nela, funcionários da companhia monitoram cada etapa por onde a criança passou: se fez check-in, se está na sala de espera, quando foi entregue à tripulação, horário em que o voo aterrissou e hora de entrega ao responsável no aeroporto de destino. Um funcionário fica responsável pela criança o tempo inteiro.

Para os pais, desde 16 de maio funciona um site pelo qual eles têm acesso ao deslocamento da criança on-line. Inédito na América Latina, o serviço é oferecido por ao menos duas companhias no mundo: Air New Zealand e Delta.

Menores desacompanhados, por lei, são aqueles entre 5 e 11 anos de idade. A medida pode, se os pais quiserem, ser estendida para menores de 12 a 17 anos. O serviço exige agendamento prévio com 48 horas de antecedência, pelo telefone 0300 570 5700. O custo é de R$ 129. Na Gol, que não oferece o tracking, sai por R$ 100; na Azul, R$ 110.

Desde que o monitoramento foi implantado, 157 crianças embarcaram desacompanhadas no novo serviço. Mas houve algumas queixas de pais de que o sistema não estava funcionando direito.

Embarcaram na empresa em 2015, quando o nome ainda era TAM, cerca de 32 mil menores desacompanhados, 110% a mais do que em 2014.

Pesadelo

“Infelizmente, tive que passar por um pesadelo com a minha filha para que isso acontecesse”, diz a jornalista Carolina Petter, de São Paulo.

O episódio com a filha dela, então com sete anos, repercutiu em redes sociais e levou a companhia a buscar uma solução para o embarque de crianças desacompanhadas.

Em 19 de julho do ano passado, Carolina e o marido deixaram a filha no check-in da então TAM no aeroporto de Guarulhos; a menina ia para João Pessoa visitar os avós.

Primeiro, o funcionário da empresa perguntou equivocadamente se a menina ia para Salvador, em vez de João Pessoa, o que já assustou os pais.

Minutos depois de a garota embarcar, a mãe escreveu para o celular dela, via WhatsApp, para saber se já havia embarcado. A menina então respondeu que estava sozinha no portão de embarque. “Estou esperando o moço voltar.”

Isso se deu porque o funcionário que cuidava da menina também era responsável pelo embarque de uma pessoa com deficiência.

Resultado: a menina perdeu o voo para João Pessoa. Por telefone, a família lhe orientou a buscar ajuda com um funcionário, que ofereceu um outro voo, com conexão no Rio. A família negou. Na ocasião, a TAM disse ter havido uma falha no embarque da menor, mas que a todo momento a garota foi acompanhada por um funcionário.

“Não enviaria minha filha para viajar sozinha hoje por um motivo óbvio: trauma dela, meu e do meu marido”, afirma Carolina.

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