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Os cerca de 50 índios da aldeia Tekoha Y´Hovy, de Guaíra, que haviam ocupado uma área próxima a reserva indígena onde está prevista construção de um condomínio residencial deixaram o local durante a tarde após horas de tensão. A região é de conflito agrário e logo após a ocupação fazendeiros foram ao local para cobrar a saída imediata dos índios.

O clima ficou tenso quando um grupo de mulheres, lideradas pela esposa do cacique, fez o empresário José Aparecido Correa refém. Ele é proprietário da imobiliária responsável pelo empreendimento. Correa contou que as mulheres estavam armadas com facas e facões e o dominaram durante um momento de distração. Segundo ele, enquanto estava sob a mira de armas brancas o cacique Ilson Soares filmava a ação das mulheres.

Após muita negociação com a polícia e autoridades locais, os índios decidiram deixar a área, mas prometem monitorar o local e dizem que não irão permitir que a mata seja destruída. Eles afirmam que a área faz parte da aldeia e que a incorporação das terras à reserva indígena já foi solicitada à Funai (Fundação Nacional do Índio).

O dono do imóvel disse que a mata não será derrubada porque faz parte de uma reserva legal. Ele afirmou que apenas o trabalho de topografia começou a ser feito no local antes do inicio da construção dos imóveis. Após ter sido feito refém ele necessitou de atendimento médico porque teve uma crise de hipertensão. Correa registrou um boletim de ocorrência na delegacia local.

A ação dos índios desestimulou o empresário que já pensa em abandonar o projeto. Ele disse que mesmo que a obra saia do papel não pretende administrar o empreendimento que deixará sob responsabilidade do sócio. "Eu nem posso retornar lá, estou jurado de morte [pelos índios]", diz.

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