O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou nesta quarta (17) e quinta-feira (18) uma série de audiências públicas com órgãos do governo estadual e federal como parte da semana nacional de mobilização promovido pela entidade. Representantes de acampamentos e assentamentos de agricultores integrantes do movimento pretendem, com isso, estabelecer parâmetros de negociação sobre a instalação e manutenção de benefícios estruturais aos trabalhadores rurais sem-terra do estado. As reuniões acontecem após o movimento fechar 20 rodovias no estado na quarta-feira (17), ato também dentro da programação do grupo.

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José Damasceno, um dos membros da coordenação estadual do MST, relatou o bloqueio das rodovias por 21 minutos em todo o estado para relembrar as mortes em Eldorado dos Carajás, ocorridas em Belém do Pará em 1996. Também durou 21 minutos o protesto silencioso no Centro Cívico durante a manhã, que antecedeu o início da bateria de audiências públicas.

"Do ponto de vista da negociação não temos um balanço, até porque estão em andamento. Nossa intenção é fazer essa semana de mobilização e a negociação faz parte desse processo de mobilização. Nesse sentido, temos um balanço positivo, a receptividade das pessoas nas ruas tem sido boa e temos fornecido visibilidade às causas do movimento", diagnosticou.

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Reuniões entre membros do MST e representantes do governo estadual foram realizadas na Secretaria de Educação, Companhia de Habitação do Paraná, Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e na Companhia de Saneamento (Sanepar). Também houve debates na Secretaria de Agricultura, Secretaria de Cultura, na Secretaria de Ciência e Tecnologia – entre órgãos estaduais – e na Fundação Cultural de Curitiba – órgão municipal.

Segundo Damascento, durante toda a quarta e quinta houve ainda uma discussão sobre a acampamentos e assentamentos paranaenses no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No primeiro dia, a titulação de terras ocupadas por 5,1 mil pessoas foi o tema do debate. Já no segundo dia, os assentamentos e seus trâmites legais foram alvo das conversas.

"Os assentamentos têm demorado muito no sentido de ter ações sociais, produtivas, para desenvolver assentamentos. Tem assentamento com oito, dez anos que não tem nem casa ainda. Durante essa semana, nos diversos órgãos, estamos discutindo que em dois anos as pessoas tem que ter todas as condições necessárias, como estradas adequadas, escolas, ações educativas, etc", disse.

Para esta sexta-feira (19) estão marcadas conversas entre membros do MST no Paraná e representantes de órgãos federais em Curitiba. Damasceno diz que devem participar membros da Caixa Econômica, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Banco do Brasil, Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Itaipu Binacional, Instituto Federal do Paraná (IFPR), Eletrosul e Incra.

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