O fim da greve da Polícia Militar da Bahia se refletiu hoje em mais segurança em áreas turísticas e nobres de Salvador, mas na periferia --cenário das ocorrências mais graves durante a paralisação-- o policiamento ainda era escasso.
A reportagem circulou pela orla, centro e bairros afastados da capital baiana pela manhã. Constatou cenários diferentes: PMs e homens da Força Nacional em pontos turísticos e ausência de policiamento em zonas periféricas.
A greve dos militares terminou ontem, após acordo entre governo e comando grevista.
A paralisação foi acompanhada por aumento da violência: em 46 horas de paralisação houve ao menos 52 homicídios na Grande Salvador --a média diária na região são cinco casos. Dos 46 casos com dados disponíveis, 36 ocorreram em Salvador, sendo 35 (97%) em bairros afastados do centro.
Na manhã de hoje, homens da Força Nacional de Segurança montavam guarda com a Polícia Militar no Farol da Barra, conhecido ponto turístico. A segurança ostensiva se estendia por cerca de 1 km até o Porto da Barra, uma das praias mais badaladas da capital baiana.
Apesar do fim da greve, tropas federais deverão permanecer na Bahia até a próxima segunda-feira, quando haverá nova avaliação da situação da segurança.O clima mais tranquilo fez o comércio reabrir no centro hoje, mesmo com o feriado da Semana Santa. Banhistas voltaram a ocupar as praias da cidade. Os ônibus retomaram a circulação em escala normal de feriado.
"Perdi R$ 1.000 em dois dias de paralisação. Tive que reabrir hoje para recuperar as perdas", disse a baiana de acarajé Mariângela Ribeiro, 51, dona de um ponto de vendas na Barra.
A turista argentina Maria Piñero, 30, que ficou hospedada na Barra, disse se sentir mais segura com o retorno do policiamento, após ter chegado a Salvador bem no primeiro dia da greve dos PMs, na terça-feira.
"Passei dois dias no hotel e só agora saí para ver a cidade com mais calma. Foi um período de muita aflição", disse.No subúrbio ferroviário, periferia da cidade, o comércio também reabriu. Mesmo em alguns dos bairros mais afetados durante a greve por saques a farmácias, mercados e lojas de construção --como Paripe, Alto de Coutos e Fazenda Coutos III--, não havia policiamento pela PM nem por forças federais.
"A gente sabe que a polícia voltou para as ruas. A gente só não sabe onde eles estão. Aqui no subúrbio eu não vi ninguém", disse Carlos Rabino, 42, dono de uma loja de calçados em Paripe.Na principais avenidas de ligação para o subúrbio, a reportagem verificou a presença de policiais de um grupamento tático fazendo revistas em passageiros de ônibus e motociclistas.
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