Após invasão, prefeitura lacra o casarão da UPE

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Servidores públicos municipais passaram a tarde de ontem batendo o martelo em pregos de tapumes que acabaram por lacrar a entrada do casarão da União Paranaense dos Estudantes (UPE), um dos locais mais tradicionais da região do São Francisco, em Curitiba. Após o início do recesso da UPE, em dezembro, usuários de drogas e moradores de ruas invadiram o local, na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, e depredaram móveis e partes dos cômodos do prédio público. Eles permaneciam no casarão até semana passada.

Na última quinta-feira, a prefeitura conseguiu retirar os invasores e iniciou um processo de fechamento do local, trancando os portões de entrada.

Com elementos da arquitetura art noveau, o casarão, símbolo da elite curitibana do começo do século passado, já foi da família Benjamin Baptista Lins de D’Albuquerque, um dos fundadores da Gazeta do Povo, e também da Universidade do Paraná (atual UFPR). A história do imóvel tem ainda a marca militar, que tomou o prédio do governo estadual. Em 1983, o prédio retornou para as mãos do estado, na gestão de José Richa, que a cedeu à prefeitura de Curitiba. O prédio tem sido ocupado pela UPE por meio de comodato.

Falta segurança

No início da tarde de ontem, a UPE emitiu um comunicado em que reclama da falta de segurança da região. "A UPE sofre na carne o reflexo do descaso das gestões municipais que se passaram nas rédeas do poder e nada fizeram de efetivo no bairro", informa a nota.

O texto ainda ressalta que a gestão municipal de Luciano Ducci não resolveu a situação de comodato da sede. "A maior parte das dificuldades financeiras e operacionais da entidade é oriunda desse entrave", diz o relato. Representantes da instituição não foram localizados pela reportagem.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, uma reunião entre um representante do gabinete do prefeito e a direção da UPE está prevista para o dia 30.