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Após meses parados, três equipamentos da Polícia Científica são consertados

Freezer que acondiciona amostras que ainda não foram analisadas | /
Freezer que acondiciona amostras que ainda não foram analisadas (Foto: /)

Três dos principais equipamentos de análise instrumental da Polícia Científica do Paraná, que estavam parados havia meses por falta de manutenção ou de insumos, voltaram a funcionar nesta semana. A “fila” de exames pendentes que dependem deste aparelhos passa de 1,7 mil amostras. Outras duas máquinas ainda devem passar por manutenção e a previsão é de que voltarão a operar na próxima semana. Os equipamentos servem ao Instituto Médico-Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC), unidades que estão vinculadas à Polícia Científica.

Dois dos cromatógrafos – aparelhos usados nas análises – que voltaram a funcionar pertencem ao setor de toxicologia do IML. Eles fazem análises em amostras de sangue para aferir dosagem alcoólica e de canabinóides, perícias que são importantes na produção de provas em investigações criminais e que podem ser determinantes no indiciamento ou absolvição de um suspeito. Um dos aparelhos estava inoperantes porque os gazes necessários para fazê-los funcionar havia acabado havia meses. O outro precisava de manutenção.

Outros dois cromatógrafos do IML estão parados por falta de manutenção, mas, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), eles devem voltar a operar já na próxima semana. Os aparelhos ainda não foram consertados porque as peças de reposição são importadas e ainda não chegaram ao país.

Só no IML a fila de exames pendentes chega a 1,5 mil amostras. Os freezers que acondicionam os materiais a serem periciados estão lotadas. Com os aparelhos voltando a funcionar, a expectativa é de que o acúmulo vá diminuindo gradativamente.

No IC, um cromotógrafo do laboratório de ciências químicas e biologia – que faz análise de cocaína e drogas sintéticas, como LSD, ecstasy e lança perfume – também voltou a funcionar. O aparelhos estava parado por falta de gás. Os laudos deste exame são usados para confirmar de que se trata determinada substância apreendida ou investigada. Pode, portanto, ser uma prova importante em investigações sobre tráfico de drogas, por exemplo.

De acordo com a Sesp, a manutenção e os gases foram custeados a partir de um processo de urgência, que, no total, custou R$ 90 mil. O Sindicato dos Peritos Oficiais do Paraná (Sinpoapar) manifestou que os servidores “ficam felizes” em ver os equipamentos de volta à operação, mas acrescenta que a categoria “lamenta que a situação tenha chegado a este ponto”. O presidente da entidade, Leandro Cerqueira Lima, também chamou a atenção para a falta de efetivo. O estado tem hoje 173 peritos na ativa, quando lei estadual determina que o quadro seja de 600.

“Esperamos que o governador cumpra o que prometeu em 2012 e que realize concurso público para perito oficial ainda neste ano, pois a lei proíbe realização de PSS (Processo Seletivo Simplificado] nestes casos. A situação de falta de pessoal está crítica”, destacou.

Acúmulo

Além disso, exames que não dependem dos cromatógrafos também estão se acumulando em dois setores do IC. No setor de ciências biológicas e químicas, há 12,5 mil amostras de drogas, venenos, explosivos e resíduos de armas de fogo, esperando na “fila”. No setor de computação forense, são mais de 15 mil aparelhos, como celulares e notebooks, aguardand para serem periciados. A estimativa é de que, se não entrasse mais nenhum pedido, a estrutura atual daria conta de zerar a demanda dentro de 13 anos.

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