Em média, entre 10 e 12 denúncias de maus-tratos e abandono de cães de guarda são feitas todos os dias na Delegacia do Meio Ambiente e à ONG SOS Bicho, em Curitiba. Ontem, porém, um dia depois de uma cadela rottweiler ter sido encontrada morta, as ligações para a ONG dobraram. De acordo com a presidente da entidade, Rosana Vicente Gnipper, sempre que acontece um caso de repercussão, as denúncias aumentam.

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Atualmente existem cerca de 20 empresas do ramo registradas em Curitiba – são quase 3 mil cães. Três delas (Dog Alerta, Cão de Guarda Locação e Adestramento e Stop Dog) estão impedidas de funcionar por conta de uma liminar conseguida pelo Ministério Público, em novembro do ano passado. As empresas são as que mais concentram denúncias. Entretanto, o superintendente da Delegacia do Meio Ambiente, Celso Ribeiro, ressalta que, como a atividade não é regulamentada, as empresas encontraram maneiras de continuar atuando. "Elas não colocam as placas ou simplesmente alteram o nome fantasia", conta.

Existe um projeto de lei, proposto pelo vereador Manassés Oliveira, que prevê a regulamentação. O projeto foi aprovado em primeira votação no início deste ano, mas, a pedido das organizações de defesa dos animais, foi retirado de pauta para ajustes. De acordo com Rosana, há três semanas, houve uma reunião na qual o vereador ficou convencido da necessidade da proibição do funcionamento dessas empresas. "Nossa luta agora será em trabalhar o texto desse projeto, que terá de ser algo muito bem pensado", diz.

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O proprietário da empresa Feroz Cães de Aluguel, Jair Pereira, dona da cadela encontrada morta, informou ontem que irá fazer uma autópsia no animal. Segundo ele, os 600 cães da empresa são alimentados "dia sim, dia não" somente com ração e recebem toda a assistência veterinária. "As pessoas acham que não alimentamos os bichos e jogam restos de comida. Acho que o cachorro passou mal por causa disso." De acordo com a fiscal da Sociedade Protetora dos Animais, Elaine Petrelli, a situação de abandono da cadela já havia sido denunciada no dia 28 de junho.

Na tarde de ontem, a reportagem esteve em uma empresa na BR-277, onde são mantidos dois cães da raça rottweiler. De acordo com os vizinhos, o tratadores aparecem somente uma vez por semana. Um dos cães, uma fêmea, está com a pata machucada e inchada. Anderson de Melo, funcionário da empresa Delara, responsável pelos cães, informou que esteve no local hoje pela manhã e não constatou que o animal mancava.