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Cristina Natal Santana, de 42 anos, cunhada do vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana (PSD), morreu na madrugada de quarta-feira após contrair dengue hemorrágica. O falecimento de Cristina fez Santana fazer um desabafo nas redes sociais e criticou as medidas econômicas do próprio governo que integra, que, no seu entendimento, impedem que recursos sejam destinados a tratamento de saúde. “Quantas Cristinas morrem todos os dias pela economia, equivocada, em alguns momentos, de dinheiro na crise enquanto alguns tecnocratas ainda persistem em não se mexer para ver que o mundo real é muito diferente da bolha de gabinetes?”, escreveu Renato Santana nas suas redes sociais.

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) fez um forte ajuste fiscal este ano, com aumento de impostos e redução de despesas, para tentar sanar o rombo bilionário deixado pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT).

Cristina Natal Santana, de 42 anos e esposa de Pedro, irmão do vice, morreu na madrugada de quarta e no mesmo dia o vice soltou uma nota oficial sobre o caso. Na quinta, ele publicou no Facebook um texto curto, falando da dor pela perda prematura e, embora sem citar diretamente, fazendo criticas que atingem o próprio governo do qual faz parte.

“A gente de fato pode cuidar de gente. A gente pode mudar vidas. É isso que vimos fazendo há pouco mais de um ano e, apesar de todas as dificuldades, podemos e vamos fazer diferente. Que o caso da Cristina, não apenas pelo fato de ser cunhada de “autoridade” (a única autoridade é Deus), sirva como mola propulsora de que pode ser diferente”.

O vice-governador do DF também disse que há um cenário de guerra hoje, em referência à batalha contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chicungunha e zika. “Vamos vencer, desde que haja mais compromisso, mais ação. Vou buscar isso incansavelmente e ainda que no trabalho de formiguinha, não vou esmorecer. Sem politicagem, sem firula. Me desculpem o desabafo, movido pela dor. E obrigado pelas mensagens de apoio à mim e à minha família. Juntos vamos ser mais fortes e nada vai resistir à força do trabalho!”, disse Santana.

Na nota oficial de quarta-feira, o vice diz que houve relatos de febre e dor no corpo em 21 de janeiro. Quatro dias depois, ela fez um teste rápido que deu resultado positivo. Cristina era enfermeira no Hospital Regional de Brazlândia, que faz parte da rede pública do DF. Ela foi internada no hospital onde trabalhava e depois foi transferido para outro. Não houve diagnóstico de dengue hemorrágica durante o tratamento. Segundo o vice, ela tinha histórico de saúde sensível e se submeteu a uma cirurgia bariátrica há cerca de dez anos.

A região administrativa de Brazlândia, a cerca de 50 km do centro de Brasília, é a mais afetada pela dengue este ano. O DF, uma das poucas unidades da federação em que houve diminuição de casos de dengue em 2015, voltou a registrar um aumento em janeiro de 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o último informe epidemiológico do DF, houve 554 casos notificados de dengue até a terceira semana do ano, dos quais 487 foram confirmados. Um crescimento de 79,87% e 153,65% respectivamente em relação aos 308 casos notificados e 192 confirmados nas três primeiras semanas de 2015.

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