A ofensiva do governo do Rio de Janeiro contra os ataques às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ganhou força total no sábado, com o envio de tropas dos batalhões de Operações Policiais Especial (Bope), do Choque e mais 300 policiais militares, além dos cem que já estavam previstos. O reforço vai atuar em 20 pontos considerados críticos na região.
O reforço policial se junta aos 2.170 homens que já atuam nas oito UPPs do Alemão e da Penha, como reação à onda de violência que já causou a morte de quatro policiais desde fevereiro. No último sábado, dois PMs foram mortos em áreas de UPPs.
Apesar do reforço policial, moradores e comerciantes da região estão desconfiados e temem o retorno do tráfico intenso na região. Também desconfiam da capacidade da polícia em conter os conflitos. "Hoje, vemos a volta do terror. Como confiar, se nem eles se protegem?", questionou um comerciante, que pediu anonimato, em referência às mortes dos policiais.
Para quebrar a barreira formada entre a população e a corporação depois dos últimos casos de violência será a criação da ouvidoria das UPPs. Um carro adaptado passará uma semana em cada comunidade pacificada. A "Paz com voz", como é chamado o projeto, contará com 18 policiais que foram treinados nos últimos dois meses e receberão sugestões, críticas e denúncias dos moradores. Também será criado um conselho de segurança em cada local. O projeto piloto será implantado na UPP da Mangueira.
Combate
O Bope voltou a ocupar os complexos do Alemão e da Penha pela primeira vez desde a instalação das UPPs na região, em 2011. Segundo o coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, a presença do batalhão na região é por tempo indeterminado.
Além de reforçar o policiamento, o grupo teria mais condições de combater traficantes armados. A ação do Bope, no sábado, coincidiu com uma troca de comando do batalhão. O tenente-coronel Fábio Souza deixou o cargo e o nome do substituto ainda não divulgado. Segundo a PM, a alteração deve-se à mudança de "estratégia de comando da corporação".
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