A sequência de quatro mortes de policiais no Paraná em uma semana – até o momento, sem nenhuma ligação comprovada – fez mais do que deixar em alerta o efetivo do estado. Há quem defenda que a força policial seja usada para revidar os crimes. Algumas mensagens incitando a violência estão sendo divulgadas em redes sociais. Uma defende o apoio à operação “Larga o aço” (expressão que significa autorização para atirar). Em outra postagem, os “dez mandamentos” recomendados para confronto que sugerem, entre outras ações, que o policial “atire primeiro”.
O presidente da Associação dos Praças do Estado do Paraná (Apra-PR), Orélio Fontana Neto, confirmou que mensagens desse tipo estão circulando e contou que o clima é de tensão entre os policiais. Ele afirma que a sensação de insegurança está prejudicando o trabalho dos militares. “Se você não tem segurança como pode dar segurança”, comenta. A entidade cobra que as mortes sejam esclarecidas o quanto antes para que haja tranquilidade. Fontana comentou também que os policiais sentem falta de suporte e de respaldo. “É o momento de chamar todo mundo para conversar para acalmar os ânimos”, avalia.
O número concentrado de PMs mortos criou uma situação sem precedente no estado. A média de policiais assassinados costuma ficar entre 10 e 30 ao ano no Paraná, sendo que a maioria não morre em serviço. O registro de quatro óbitos em uma semana ligou o sinal de alerta. Nos casos da última semana, nenhuma morte ocorreu em serviço. É importante lembrar, contudo, que há dezenas de registros Brasil afora em que a morte de policiais iniciou ondas de execuções sumárias, inclusive com o assassinato de inocentes.
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