Três dias após uma briga entre vizinhos que acabou em três mortes num condomínio de alto padrão na Grande São Paulo, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, lançou hoje uma campanha para evitar crimes banais.
O programa "Conte até 10. Paz. Essa é a atitude" foi lançado com a participação do secretário, do delegado-geral Mauricio Blazeck e de integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público Estadual.O conselho criou a campanha há seis meses em todo o país e agora o governo traz a iniciativa para São Paulo.
Segundo o governo, a campanha tem a intenção de evitar os assassinatos cometidos por impulso, em momentos de raiva, "frutos da intolerância"."Sexta-feira, acordamos chocados com a notícia de um empresário que matou um casal. Tudo aconteceu por causa de um suposto barulho. Em suma, o motivo foi a intolerância. Cito esse episódio para lembrar que os crimes motivados por motivos fúteis são 30% do total. São pessoas de bem que perdem a cabeça", disse o secretário.
Lutadores
A campanha conta com a participação de lutadores de MMA, como Anderson Silva, e Júnior Cigano, "exemplos de autocontrole", segundo organizadores.
Além da campanha publicitária em rádios e nos trens do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), haverá uma cartilha que será distribuída nas escolas.
"A maioria dos homicídios acontece por motivos banais. Parar para pensar e contar até dez é importante para que as pessoas respirem fundo antes de praticar um ato violento", disse Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz.
Os preparativos para o lançamento da campanha coincidiram com um crime por motivos fúteis.
Na semana passada, o empresário Vicente D'Alessio, 62, matou a tiros o casal formado pelo executivo Fábio Rubim, 40, e a dentista Mirian Baida, 37, dentro do apartamento do casal em Santana do Parnaíba (Grande São Paulo). Após o duplo assassinato, o empresário se matou dentro do elevador do prédio.
Em seu depoimento, a mulher do empresário disse que ele reclamava do barulho forte de um sapato vindo do andar de cima, onde o casal vivia com a filha, de um ano e meio. Ela nada sofreu.
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