O governo federal vai intensificar o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia como uma das medidas para frear a violência no campo, após quatro assassinatos na região somente na semana passada, disse nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto."Houve a decisão de se intensificar a operação Arco de Fogo, instituída em fevereiro de 2008 na região amazônica, para coibir o desmatamento ilegal, tendo como base o trabalho da polícia contra madeireiros que exploravam ilegalmente o corte de madeiras", disse Barreto a jornalistas depois de participar de uma reunião de emergência para tratar do tema.
"Houve grande resultado (com a operação), com queda de desmatamento, com maior pacificação da região", disse ele.
Na semana passada, somente no município paraense de Nova Ipixuna, foram assassinados o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, além do agricultor Herenilton Pereira dos Santos.
Em Rondônia, foi morto o agricultor Adelino Ramos, conhecido como Dinho. A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal apure os casos.
Barreto reuniu-se nesta manhã com o presidente da República em exercício, Michel Temer, os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Afonso Florense (Desenvolvimento Agrário) e representantes dos ministérios do Meio Ambiente e de Direitos Humanos.
Foi criado um grupo interministerial com técnicos desses ministérios para acompanhar o caso.
Nesta segunda-feira, foi publicada no Diário Oficial a liberação de verba para deslocamento e diária de fiscalizadores no Pará e Amazonas. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, serão disponibilizados 500 mil reais --diferentemente do 1 milhão de reais informada em tabela no DO.
O governo estudará também a possibilidade de criar uma Área sob Limitação Administrativa Provisória (Alap) entre os Estados da região.
Novas decisões sobre o tema, no entanto, só deverão ser anunciadas na terça-feira.Florense negou que as mortes da semana passada sejam relacionadas à aprovação na Câmara do texto que reforma o Código Florestal.
"Vamos recrudescer a fiscalização e vamos fortalecer as ações de desenvolvimento sustentável na região. A votação do Código Florestal é outra dinâmica", disse.
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