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O secretário de estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), Wagner Mesquita, em coletiva em Londrina, na tarde deste domingo (31). | Marcus Ayres/Gazeta do Povo
O secretário de estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), Wagner Mesquita, em coletiva em Londrina, na tarde deste domingo (31).| Foto: Marcus Ayres/Gazeta do Povo

A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) criou uma força-tarefa em Londrina. A medida foi anunciada na tarde deste domingo (31) como resposta à onda de assassinatos que atingiu a cidade. Somente entre a noite de sexta-feira (29) e a madrugada de sábado (30), 11 pessoas foram mortas em Londrina e região metropolitana, incluindo um policial militar.

De acordo com o secretário Wagner Mesquita, as forças de segurança de Londrina receberam o reforço de 80 policiais militares, que vieram de várias partes do estado. Este efetivo extra será responsável por fazer ações pontuais e estratégicas, como barreiras e abordagens, cumprimento de mandados de prisão em aberto, apreensões de armas e de veículos em desacordo com a legislação, entre outras tarefas.

“Esta força-tarefa terá o objetivo de dar maior alcance nas ações policiais em Londrina e nos municípios adjacentes envolvidos, dando respaldo para atuação da Polícia Militar e da Polícia Civil e restabelecendo os índices criminais de costume.”

A força-tarefa terá duração de pelo menos dez dias, com possibilidade de prorrogação. Durante este período, as imagens de 80 câmeras de segurança de Londrina serão desviadas para o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), em Curitiba. “É um local em que realizamos várias atividades de cruzamento de informações na área de segurança pública, incluindo o monitoramento de boletins de ocorrência e de tornozeleiras eletrônicas”, explicou o secretário.

Investigações

As investigações sobre os assassinatos em Londrina também receberam reforço do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), do Tático Integrado de Repressão Especial (Grupo Tigre), Corregedoria e setor de inteligência da PM. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil do Paraná, Júlio Reis, dois delegados também estão em Londrina para auxiliar nos trabalhos.

As motivações e as circunstâncias dos crimes continuam sendo analisadas. O envolvimento de militares em algumas das mortes ainda não está descartado. “Nós já temos informações preliminares, mas não podemos divulgá-las agora. Ainda é precoce falar sobre as investigações. Podemos dizer que todos os casos estão sendo tratados com absoluta prioridade”, explicou Reis.

Durante a coletiva, o secretário de Segurança descartou a influência de organizações criminosas nos ataques. “Até o momento, mão há o menor indicativo de que tenha partido ordem de facção criminosa para as ações contra a Polícia Militar”, salientou Mesquita.

Onda de mortes

A onda de assassinatos começou após a morte do policial militar Cristiano Luiz Bottino, de 33 anos, que foi baleado na noite de sexta no Conjunto Milton Gavetti, na zona norte da cidade. Depois deste crime, uma série de ataques foi registrada em todas as regiões de Londrina, além das cidades de Cambé, Ibiporã e Arapongas. Foram confirmadas as mortes de outras dez pessoas, sendo que uma delas faleceu no hospital.

A morte de Cristiano Bottino foi o segundo atentado contra PMs de Londrina em menos de uma semana. Na noite de segunda-feira (25), um soldado da 4.ª Companhia Independente foi baleado na Avenida Saul Elkind (zona norte da cidade), em uma farmácia. Ele estava à paisana e de folga.

Medo em Londrina

Na noite seguinte aos assassinatos, a Polícia Militar realizou várias operações preventivas em Londrina. Mesmo assim, muitos moradores ficaram assustados. Boatos sobre um toque de recolher e confrontos entre criminosos e policiais tomaram conta das redes sociais. Como resultado, avenidas ficaram quase desertas na noite de sábado (30). Alguns bares e casas noturnas tiveram um movimento abaixo do normal.

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