Brasília – Após o caos nos aeroportos causado por falhas no sistema de comunicação do Cindacta-1, em Brasília, o governo resolveu anunciar um pacote de medidas para evitar problemas. A principal é dividir a responsabilidade dos atuais quatro centros para outras capitais, como São Paulo, Rio e Belém.

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Em São Paulo, a capacidade operacional deverá ser dobrada, para que possa assumir todo o controle aéreo feito hoje em Brasília, se for necessário. "Serão centros menores, com controles mais moderados, porém com capacidade de um cobrir o outro no caso de uma pane", disse o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno. A implantação da medida deve levar de seis a oito meses, entre compra de equipamentos e treinamento de pessoal.

Os centros menores são chamados de "centros de aproximação" e controlam vôos abaixo de 25 mil pés. Com novos equipamentos, passam a monitorar aviões acima desse nível.

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"Se nós centralizamos cerca de 80% do movimento em Brasília, e todos nós estamos vendo que essa centralização no caso de uma pane em um equipamento principal não nos dá resposta imediata para sanar essa pane, então temos que descentralizar", resumiu Bueno.

As outras medidas são: aumentar os equipamentos de reserva; fechar contratos de manutenção preventiva e corretiva com o fabricante dos sistemas de comunicação; mais recursos financeiros para atualização de equipamentos de comunicação via satélite e por telefone – medida determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à equipe econômica – e uma avaliação de risco nos Cindactas (há outros em Manaus, Recife e Curitiba).

Atrasos

Segundo balanço divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 509 (43,3%) dos 1.175 vôos previstos para o dia sofreram atrasos superiores a uma hora. Outras 42 decolagens (3,57%) também não ocorreram. "Estamos bem melhor hoje (ontem), mas ainda vivemos alguns reflexos da pane de terça-feira", afirmou Zuanazzi.