Os sindicatos das empresas e dos trabalhadores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana se mobilizaram, nesta quarta-feira (24) para impedir uma possível greve de motoristas e cobradores. As ações partiram depois que panfletos começaram a circular, informando que na quinta-feira (25) haverá uma paralisação dos funcionários do setor. Apesar de ser atribuído à Central Única dos Trabalhadores (CUT), a entidade nega autoria do material.
No dia 19 de fevereiro, representantes dos trabalhadores do transporte coletivo firmaram um acordo com representantes das empresas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR). Desde então, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) abandonou qualquer intenção de iniciar greve.
Ao tomar conhecimento do panfleto, ao longo desta quarta-feira, 86 integrantes do sindicato fizeram um corpo a corpo com motoristas e cobradores, com o objetivo de evitar a paralisação. Os representantes do Sindimoc argumentam com a categoria que é preciso "garantir o emprego" e que o acordo firmado com as empresas implicou em ganhos aos trabalhadores.
O presidente do sindicato, Denílson Pires, acusou a CUT de produzir o panfleto, pois a entidade teria pretensões políticas em Curitiba. O Sindimoc é associado à Nova Central, uma outra central sindical.
A CUT, no entanto, negou a autoria do material e garantiu que não há qualquer articulação da central no sentido de promover a paralisação dos motoristas e cobradores. "É uma calúnia. Estão usando o nome da CUT sem a nossa autorização", protestou a secretária geral da entidade, Marisa Stedile.
Polícia
Com o objetivo de alertar sobre o incidente e evitar a paralisação, dirigentes do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) esteviram em audiência com o juiz Ricardo Bruel, no TRT-PR. Eles comunicaram sobre a panfletagem e oficiaram à Polícia Militar que tome precauções para que não haja piquetes e para que os motoristas e cobradores não sejam impedidos de assumir seus postos de trabalho. Na avaliação do Setransp, a panfletagem teria sido executada por uma dissidência do Sismoc. Uma das intenções, poderia ser a de tumultuar a licitação do transporte coletivo.
Pelo acordo firmado com as empresas, os trabalhadores conquistaram um reajuste de 4,5% nos salários, retroativo a fevereiro (que corresponde à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor no período). O salário inicial de motoristas saltou de R$ 1.180,80 para R$ 1.233,93, e dos cobradores passou de R$ 669,20 para R$ 699,31.Em Curitiba, a categoria tem a menor jornada de trabalho (de 36 horas semanais), em comparação com outros estados e uma das maiores remunerações por hora trabalhada.