Manifestação complica trânsito em frente à UEL

Amanda de Santa, do Jornal de Londrina

Em Londrina, a paralisação dos professores teve a adesão dos técnicos da UEL. Eles decidiram realizar piquetes e fechar todas as entradas do campus deixando o trânsito congestionado na região. Uma viatura da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) estava no local por volta das 8h30 para organizar o tráfego e evitar acidentes.

O diretor-tesoureiro do Sindiprol/Aduel, que reúne os professores da UEL, Sinival Osório Pitaguari, contou que o piquete organizado pelos técnicos acabou atrapalhando as ações dos professores, que pretendiam percorrer o campus no início desta manhã. Por conta disso, eles fizeram uma manifestação conjunta ao meio-dia no Restaurante Universitário (RU). O objetivo principal era dar esclarecimentos à categoria sobre as reivindicações.

Na região de Londrina, segundo o Sindprol, mais de 2,3 mil professores participaram da paralisação.

Leia mais sobre os protestos em Londrina.

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O governo se comprometeu nesta quarta-feira (7) a apresentar até o dia 20 de março uma proposta de reajuste salarial para os professores das instituições de ensino superior do Estado. O anúncio foi feito pelo secretário de estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Alípio Leal, após ser pressionado por uma paralisação dos docentes realizada em todo o Estado. A mobilização afetou alunos das sete universidades estaduais do Paraná. De acordo com os sindicatos, cerca de 8 mil docentes pararam, 90% da categoria no Estado.

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A decisão foi comunicada em uma reunião nesta manhã com representantes dos docentes que vieram a Curitiba. Leal se comprometeu também, segundo informações dos sindicalistas, a rever o corte nas verbas de custeio das universidades e a retomar o fluxo de reposição de pessoal com a contratação de novos professores. "Caso essas promessas não sejam cumpridas nos reuniremos em assembleias no dia 20 e não descartamos a decisão pela greve geral", afirmou Antonio Bosi, presidente Adunioste, Sindicato dos Docentes da Unioeste.

Participaram da mobilização profissionais da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e duas das unidades da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) e a Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam).

O estopim do descontentamento dos professores aconteceu no início de fevereiro quando o governo confirmou que não seria possível dar um aumento de 9,62% em três parcelas em 2012, 2013 e 2014, conforme havia sido negociado em 11 de novembro do ano passado. O acréscimo consertaria a defasagem de 31,73% que existe entre os salários dos docentes e dos técnicos administrativos de nível superior que trabalham nas universidades. Segundo Leal, o governo havia se comprometido apenas a encaminhar a proposta às outras esferas de governo responsáveis por pagar a conta, mas os sindicatos não entenderam da mesma forma e já contavam com o aumento no primeiro trimestre deste ano.

Protestos

Em Curitiba, a paralisação contou com uma passeata com cerca de 500 pessoas, segundo estimativa da Secretaria de Trânsito (Setran), que começou às 10h30 da Praça Santos Andrade e terminou no Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Os manifestantes – professores, alunos e funcionários – vieram em dezesseis ônibus provenientes de cidades do interior do Estado para pedir o reajuste salarial e o aumento das verbas de custeio das universidades.

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Já em Maringá, a mobilização na UEM consistiu na realização de assembleias para a discussão dos problemas da categoria. "Nenhum professor deu aula. É uma paralisação geral; 12 mil alunos também estão parados", afirmou a vice-presidente do Sesduem, sindicato dos professores da instituição, Marta Bellini. Dois ônibus com 60 professores da UEM se uniram à manifestação realizada em Curitiba.

Na UEPG a adesão à paralisação foi de quase 100% na instituição - apenas alguns professores do setor de Saúde trabalharam. Os cerca de 800 professores pararam e 8 mil alunos ficaram sem aulas. "Quatro ônibus com professores e alunos se dirigiram à Curitiba para protestar. Esperamos, como todas as outras universidades do Estado, que o governo cumpra a promessa de encaminhar à Assembleia Legislativa a proposta de reajuste salarial", declarou Cíntia Xavier do Sinduepg, sindicato que reúne os professores da instituição.