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Saúde

Após paralisação parcial, servidores voltam ao trabalho em hospitais do PR

Servidores do estado que trabalham na saúde fazem protesto em frente ao Centro Hospitalar de Reabilitação, em Curitiba | Sindsaude / Divulgação
Servidores do estado que trabalham na saúde fazem protesto em frente ao Centro Hospitalar de Reabilitação, em Curitiba (Foto: Sindsaude / Divulgação)

Após uma paralisação parcial de doze horas, servidores ligados a dez hospitais paranaenses voltaram aos serviços no início da noite desta terça-feira (25). O protesto teve início às 7 horas e, de acordo com o Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde do Paraná (SindSaúde), tinha como objetivo tentar obter reajuste salarial e melhores condições de trabalho para a categoria.

Segundo o SindiSaúde, em todas as instituições que aderiram às paralisações foi mantido 30% dos servidores em atividade para assegurar o atendimento mínimo à população.

Ao todo, dez hospitais tiveram os serviços parcialmente interrompidos desde o início da manhã. São eles: Hospital Regional de Ponta Grossa, Hospital Regional da Lapa, Hospital Infantil de Campo Largo e Centro Hospitalar de Reabilitação, no bairro Cabral, em Curitiba. Dois de Londrina também aderiram (Anísio Figueiredo e Eulalino Inácio de Andrade).

Também integram essa lista um em Paranaguá (Regional do Litoral) e um em Cascavel (Universitário). Em Francisco Beltrão (Regional do Sudoeste) e em Guaraqueçaba (Regional de Guaraqueçaba) também há paralisação, mas com estes dois últimos o sindicato não conseguiu contato para confirmar se os trabalhadores seguiram parados até as 19 horas.

Servidores do Hospital do Trabalhador (HT), em Curitiba, também paralisaram os trabalhos durante uma hora nesta manhã, sendo que os trabalhadores do local realizaram uma caminhada pelas ruas ao redor do hospital.

A assessoria do sindicato relatou que no total foram dez hospitais paralisados em nove cidades. Em Curitiba, são duas entidades, mas uma delas - Centro Hospitalar de Reabilitação - não se enquadra na categoria hospital. Participam ainda regionais de saúde, nas quais há trabalhos administrativos.

Reunião

A reunião realizada na manhã desta terça-feira entre representantes do estado e o SindiSaúde trouxe duas propostas para a categoria, de acordo com a coordenadora da entidade, Eloisa Helena de Souza. O primeiro diz respeito ao projeto de lei que transforma o vale transporte dos servidores em auxílio transporte. Se aprovada, a lei, que foi encaminhada na semana passada para a Assembleia Legislativa do estado, determinará o pagamento do benefício em folha.

A oferta atingiria somente os trabalhadores que recebem até três salários mínimos e não completaria a exigência inicial do sindicato, que é a aprovação de lei para todos, em dinheiro e com valor de 24% do inicial de tabela.

Outra proposta feita pelo estado foi de deixar de exigir que os funcionários precisem repor horário quando se ausentam para consultas médicas.

A negociação de plano de cargos, carreiras e salários não teve propostas, conforme a entidade.

De acordo com Eloisa, uma assembleia marcada para o próximo sábado (29), às 8 horas, vai definir se os funcionários aceitam as propostas ou se aprovam um indicativo de greve. "Os trabalhadores continuam mobilizados porque não se conformam só com as migalhas. Não é fácil conseguir alguma conquista, mas a gente não quer só isso", disse a coordenadora.

Reivindicações

Entre as reivindicações da categoria está a negociação do plano de cargos, carreiras e salários. Os manifestantes dizem que negociam há dois anos e meio, mas que o plano ainda não foi regulamentado por lei. Eles pedem ainda reajuste de 24%, pois consideram o aumento de 6,4%, anunciado pelo governo do estado a todo o funcionalismo público, insuficiente. Há ainda a solicitação de R$ 180 de vale transporte, mas o governo sinaliza proposta de R$ 124.

Outra reivindicação do sindicato é referente ao uso de declarações médicas para justificar a ausência dos servidores em tratamento de saúde. Quando algum servidor tem que se ausentar do trabalho por motivo de saúde, ele tinha a falta abonada com o uso da declaração médica. O sindicato diz que essa prática foi descontinuada no governo atual e que agora os funcionários precisam repor o dia de trabalho.

Sesa nega paralisação

Em nota encaminhada por volta das 16h30 desta segunda, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), por meio da assessoria de imprensa, contestou a existência dos protestos e disse não houve paralisação nos serviços de saúde estaduais.

"Houve manifestações pontuais do sindicato em alguns hospitais do Estado, o que não afetou o atendimento à população. Em Curitiba, o Hospital do Trabalhador e o Centro de Reabilitação mantiveram atividades normais", informou a secretaria em nota.

O órgão disse ainda que a reunião desta manhã foi realizada entre o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, a a secretária estadual da Administração e Previdência, Dinorah Botto Portugal Nogara, e os representantes do SindSaúde. A reunião seria pré-definida e já fazia parte de uma agenda permanente com a categoria.

Pela manhã, a Sesa havia repassado que o atendimento não tinha sido afetado devido às paralisações. Em Londrina, as cirurgias eletivas foram canceladas com antecedência para evitar problemas. Nas outras cidades, inclusive em Curitiba, no Hospital do Trabalhador, a Sesa já tinha informado que não havia alterações no atendimento.

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