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Curitiba

Após paralisação, professores e servidores municipais ameaçam greve geral

Os servidores e professores municipais fizeram uma passeata até a sede da prefeitura nesta terça-feira | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Os servidores e professores municipais fizeram uma passeata até a sede da prefeitura nesta terça-feira (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

Professores e servidores públicos municipais de Curitiba podem deflagrar uma greve geral a partir do dia 15 de abril. A decisão foi tomada em assembleia, na tarde desta terça-feira (31), após representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) ouvirem uma nova proposta feita pela Prefeitura de Curitiba. Os sindicatos não concordaram com a resolução da administração municipal.

Os servidores estão em campanha salarial e reivindicam uma reposição de 14,61% nos salários, pois afirmam que esse valor representaria uma recuperação das perdas acumuladas nos últimos 10 anos. A prefeitura oferece 6,50% de aumento e quer voltar a discutir o assunto no mês de julho. Para marcar o movimento, nesta terça-feira (31) os servidores e os professores da rede municipal fizeram uma paralisação de 24 horas. Houve uma passeata durante a manhã desta terça-feira, com saída da Praça Santos Andrade em direção à prefeitura, no Centro Cívico. Segundo informações da Diretran, cerca de 2.500 pessoas participaram do protesto. Os sindicatos afirmam que o número chegou a 5 mil. No entanto, segundo os dados oficiais da prefeitura, foram registradas 866 ausências ao trabalho. O quadro geral da prefeitura é de 32 mil servidores.

Durante a tarde houve uma reunião entre os sindicalistas com os secretários municipais de Governo, Rui Hara, e de Recursos Humanos, Paulo Schmidt. A prefeitura decidiu dividir a negociação em dois momentos. Vai dar os 6,50% de reajuste aos servidores agora e até o final do mês de julho, quando as finanças da prefeitura do primeiro semestre estiverem analisadas, vai retomar a negociação. "Com o fechamento das contas dos primeiro semestre, considerando o cenário mundial e a capacidade financeira do município é que poderemos avaliar com segurança se poderemos fazer frente a uma nova negociação", disse Paulo Schmidt ao site de notícias da prefeitura.

Também participaram da reunião a coordenadora da Mesa de Negociação da Prefeitura, Solange Matiello, o assessor jurídico dos sindicatos, Lidimar Raphaim e o representante do Dieese, Cid Cordeiro.

As opções dadas pela administração municipal não foram bem aceitas. "A contraproposta de discutir o aumento em julho para não estourar o orçamento não é justificativa e não explica nada", afirmou Irene Rodrigues dos Santos, presidente do Sismuc. Ela disse que os servidores vão continuar mobilizados até o dia 15 de abril. "A categoria está disposta a deflagrar greve geral a partir do dia 15, por tempo indeterminado. Os servidores vão conversar com a população nas ruas para explicar os motivos da greve, para dizer que com a prefeitura não há negociação", definiu Irene.

Serviços prejudicados

Segundo o Sismmac, entre 70 e 80 escolas da rede municipal de ensino, das 338 existentes em Curitiba, ficaram fechadas na manhã desta terça-feira por conta da paralisação dos servidores do magistério. "Todos os pais dos alunos foram avisados por meio de bilhetes que não haveria atividades neste dia", afirmou Simeri de Fátima Ribas Calisto, presidente do Sismmac.

Irene, do Sismuc, disse que houve prejuízos ainda para serviços de saúde, educação, assistência social e abastecimento, embora o sindicato não tenha realizado um levantamento oficial para verificar que prejuízos foram gerados à população. "Apenas os serviços de emergência médica foram mantidos", disse Irene.

Já a prefeitura de Curitiba afirma que, das 338 escolas municipais, apenas 39 (11%) ficaram fechadas durante todo o dia. Além disso, todos os 164 Centros Municipais de Ensino Infantil (CMEIs) da cidade funcionaram normalmente.

A prefeitura disse também que as 117 unidades municipais de saúde ficaram abertas. Em 16 delas (13%) o atendimento foi parcial nesta terça, em virtude de paralisação de alguns servidores. Segundo a prefeitura, nenhum outro serviço ficou comprometido. A administração municipal ainda não tem os dados de quantos servidores faltaram ao trabalho nesta terça-feira.

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