A Secretaria Municipal de Educação voltou atrás e decidiu chamar novamente a docente que cuidava de um aluno especial na Escola Municipal Eugênio Brugin, no Conjunto São Lourenço, zona sul de Londrina. A professora trabalhava por meio das horas extras e, para não deixar o aluno desassistido, foi substituída pela professora que cuidava da biblioteca da escola. Com isso, a biblioteca teve de ser fechada, o que deixou os 687 alunos sem programas como A Hora do Conto, de contação de histórias e aprendizado integrado com o restante das disciplinas.
A diretora da escola, Joselita Marques Fritz, disse que foi chamada por assessores da Secretaria de Educação para mostrar o quadro demonstrativo de funcionários. "A primeira medida que tomaram foi a volta da professora e a abertura da biblioteca", explicou. Além dela, Joselita afirmou que outros três representantes de escolas aguardavam para conversar com a assessoria.
A recepção dos alunos à volta da professora e também a reabertura da biblioteca foi muito emocionante, segundo a diretora. "Os alunos são pequenos e estavam com ela desde o início do ano letivo", comentou Joselita. A volta do A Hora do Conto também foi comemorada pelos pequenos. "Todos os alunos participam da atividade. Se não tivessem voltado atrás, não reabriríamos a biblioteca nem em sonho", desabafou.
O quadro de funcionários na escola é reduzido, segundo a diretora. Além dos 43 professores, seis outros educadores trabalham como auxiliares fora da sala de aula dois deles estão de licença. "À tarde, só tenho um auxiliar. Também não posso remanejar o pessoal do administrativo. Quem vai atender os pais?", questionou.
Racionalização foi planejada, segundo secretária
A secretária de Educação, Janet Thomas, afirmou, em entrevista ao JL na manhã desta terça (22), que a racionalização dos professores foi "planejada" para não afetar nenhuma unidade municipal. Sobre a repercussão do fechamento de bibliotecas, a secretária foi direta. "Vi imagens de diretoras fechando as portas [de uma biblioteca]. Nesta escola, em particular, havia 11 professores fora de sala de aula. Será que nenhum deles poderia ter sido alocado na biblioteca? Precisava, realmente, fechar?", questionou.
A redução nos gastos com horas extras, de acordo com a secretária, atingiu 51 professores. "Eles ganhavam entre R$ 3,5 mil e R$ 4,9 mil. Cada um ganhava em horas extras o suficiente para pagar quatro professores novos. É com isso que queremos acabar", disse. A medida, segundo ela, foi tomada após uma extensa avaliação. Uma equipe formada por servidores de diversos setores da pasta avaliaram caso a caso.