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Paulo Gilberto Pacheco Mandelli, um dos maiores receptadores de carros furtados do Paraná, negou em entrevista coletiva, realizada na tarde desta terça-feira (6), na Superintendência da Polícia Federal, que seja culpado das acusações que pesam sobre ele. Mandelli alegou que trabalhou durante 20 anos com comércio de peças usadas e que nunca a polícia conseguiu provar nada contra ele. Para o preso, a polícia teria plantado provas. Também participaram da entrevista o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, e o Superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jaber Saabi.

Paulo Mandelli foi preso na manhã desta terça-feira em uma residência em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, pela Polícia Federal. Na casa foram encontrados um revólver calibre 38, uma caminhonete Nissan Frontier, uma Mercedes conversível, uma BMW e um Ford Focus. Seu irmão Valdoir Pacheco Mandelli também foi preso. Ele estava em Camburiú, em Santa Catarina. Não houve resistência às prisões. Paulo tem expedido cinco mandados de prisão preventiva em seu desfavor e Valdoir já havia sido condenado a 11 anos de prisão.

Durante a tarde, um monomotor trouxe os irmãos para Curitiba. Eles chegaram no Aeroporto do Bacacheri por volta das 15 horas e foram escoltados até a sede da Superintendência da PF, onde deram uma entrevista coletiva e devem ficar, provisoriamente, presos.

Rei do desmanche

Procurado desde 2000, Paulo Mandelli ficou conhecido como "rei do desmanche" por ter sido identificado como um dos maiores receptadores de veículos roubados do estado. Conforme investigações da PF, há fortes indícios de que Paulo utilizava-se de duas construtoras de propriedade de terceiros para a lavagem de dinheiro obtido ilicitamente com práticas criminosas.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), apenas em Curitiba, Paulo Mandelli era o dono de pelo menos três lojas e dois barracões de peças usadas de veículos. Ele também tinha uma outra loja em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, e uma última em Santa Catarina.

A quadrilha Mandelli recebia proteção do ex-policial civil Samir Skandar, preso no mês passado. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Skandar recebia altos valores em dinheiro para usar seu cargo para impedir ações policiais que visavam acabar com os negócios de Mandelli.

As prisões fazem parte da Operação Tentáculos III, uma continuação das investigações envolvendo empresários e policiais que fazem parte do crime organizado e que, desde julho deste ano, já prendeu cerca de 35 pessoas. A ação contou com o apoio das delegacias de Polícia Federal de Caxias do Sul/RS e de Itajaí /SC e da Sesp.

CPI do Narcotráfico

Paulo Gilberto Pacheco Mandelli é o número 327 da lista dos indiciados pela CPI Nacional do Narcotráfico, que finalizou seu relatório em novembro de 2000. Após quatro mandados de prisão e inúmeras denúncias, o império do crime organizado de Mandelli começou a ser desmantelado. Desde então, Mandelli está foragido e se transformou em um dos criminosos mais procurados pela polícia paranaense.

Foragido, Paulo Mandelli viveu como um fantasma

Veja como foi a chegada do irmãos na reportagem em vídeo

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