LONDRINA - O ano de 2008 quebrou uma seqüência que perdurava desde 2003: a cada ano, a quantidade de homicídios em Londrina caía em relação aos 12 meses anteriores. No dia 2 deste mês, porém, a marca do ano passado inteiro (83 homicídios) foi igualada. De 1º de janeiro até ontem, a Delegacia de Homicídios da 10ª Subdivisão Policial (10ª SDP) registrou 87 homicídios. O último corpo foi encontrado na madrugada de domingo, dentro do porta-malas de um Corsa (AFO-3504) que foi incendiado no distrito do Espírito Santo, na Zona Sul. Desde janeiro ocorreram seis latrocínios este crime, que é o roubo seguido de morte, não entra na estatística de homicídios.
"O homicídio é um crime peculiar, não há como evitar. Envolve toda a sociedade", afirmou o delegado Hernandez César Alves, que está à frente da delegacia desde março deste ano. Quase a metade das pessoas assassinadas, 43 vítimas, tinha menos de 30 anos de idade quando morreu. Do total de assassinados, apenas quatro são do sexo feminino, mulheres de 42 e 21 anos, uma meninas de 12 anos e um bebê de apenas 39 dias, morta pelo pai.
O delegado-chefe da 10ª SDP, Sérgio Barroso, aponta o tráfico de drogas como a principal motivação para os homicídios. "Houve um aumento à repressão do tráfico de drogas este ano de cerca de 30% relativo a apreensões e prisões. Numa análise não-científica, é possível relacionar o maior combate ao tráfico ao aumento nos homicídios. O traficante pode entender que houve uma delação, e parte para o acerto de contas", disse Barroso. Entre janeiro e agosto de 2007 foram presos 148 envolvidos com o tráfico, este ano foram 228 prisões aumento de 54%.
Apesar do aumento de homicídios,um ponto positivo destacado pelo delegado Hernandez Alves é o índice de solução de crimes, considerado alto. Dos 87 homicídios deste ano, 52 casos foram solucionados o que corresponde a 59,7% do total e 13 homicidas foram presos em flagrante. Entre 2005 e 2007, esse índice variou de 73,4% a 83,2%. Para a Polícia Civil, o crime é solucionado quando se apura a materialidade da autoria, ou seja, quando há provas concretas de que determinada pessoa é o autor. "Solucionar é uma maneira de dar a resposta a sociedade e é uma maneira de prevenção", avaliou o delegado.