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excesso de chuvas

Após quatro anos, Itaipu volta a abrir as três calhas do vertedouro

Foto de arquivo mostra momento em que as três calhas do vertedouro foram abertas | Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional/Divulgação
Foto de arquivo mostra momento em que as três calhas do vertedouro foram abertas (Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional/Divulgação)

O forte volume de chuvas na região da usina e o atual nível de água do Rio Paraná obrigarão a administração de Itaipu a abrir as 14 comportas das três calhas do vertedouro da usina. A prática não é comum, em geral são abertas uma ou duas calhas quando é necessário. Com isso, serão escoados 9 mil metros cúbicos de água por segundo (m³/s), o equivalente ao volume médio de seis Cataratas do Iguaçu. A abertura das três calhas deve ocorrer entre 9 e 14 horas do próximo domingo (22).

“A última vez que as três calhas foram abertas foi em 24/07/2011. Naquele dia, embora a vazão fosse baixa, de 4.800 m³/s, os técnicos testaram todo o sistema do vertedouro, assim como vai acontecer agora”, informou a usina, em nota.

“Em situações normais, operacionalmente, as três calhas só são abertas quando a vazão está acima de 30 mil metros m³/s. A capacidade máxima do vertedouro, que tem a função de descarregar toda a água não utilizada para geração, é de 62,2 mil m³/s, 40 vezes superior à vazão média das Cataratas do Iguaçu”, complementou o texto.

No mesmo comunicado, a administração de Itaipu alerta que o aumento do nível de água dos Rios Iguaçu, que abriga as Cataratas, e Paraná, onde está localizada a Itaipu, gera um risco de enchentes “em toda a região ribeirinha” nos próximos dias, especialmente na margem paraguaia.

“A Itaipu mantém uma Comissão de Cheia para monitorar a situação e fazer o alerta, se for necessário”, informou a empresa. Essa comissão foi reativada na quarta-feira (18).

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS) apontam que os reservatórios da região Sul operavam ontem com o equivalente a 96,59% da capacidade de armazenamento. Diante dos números, Itaipu cogita a possibilidade de o volume de água escoada, ou seja, liberada sem que haja a geração de energia, venha a ser até maior do que os 9 mil m³/s previstos inicialmente. “A programação da vazão está sendo estimada com base na afluência do Rio Paraná, que não para de subir”, explicou a companhia.

As chuvas ocorrem tanto a montante (acima) quanto a jusante (abaixo) da usina, o que ocasiona uma maior concentração no reservatório que atende a hidrelétrica. Além disso, a abertura de vertedouros se tornou uma prática usual nas últimas semanas. Para esta sexta-feira (20), informou Itaipu na quinta-feira (19) à noite, a vazão pode alcançar 6 mil m³/s.

O nível do Rio Paraná na região da Ponte da Amizade atingiu 110 metros nesta quinta-feira, acima da cota de alerta de cheia para o local, que é de 109,9 metros. Para esta sexta, a previsão é de 112 metros. “Com isso, podem ser afetadas 20 moradias no bairro San Rafael, em Ciudad del Este, no Paraguai”, informou a empresa.

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