Cobradores e motoristas do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana iniciaram a semana recebendo o salário sem atraso. Coincidentemente, o pagamento veio após a prefeitura reajustar o valor da passagem de ônibus de R$ 3,70 para R$ 4,25. As empresas, no entanto, ainda não receberam o repasse da nova tarifa.
Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), desde 2013 a categoria sofre com atrasos salariais. O problema é tão frequente que o sindicato já havia aprovado em janeiro indicativo para mais uma greve. Para o presidente do Sindimoc, Anderson Texeira, a medida está diretamente ligada ao aumento da tarifa social. “Acredito que seja por conta disso. Ficaria difícil aumentar a tarifa e não pagar os trabalhadores em dia”, analisa.
De acordo com a entidade, essa seria a primeira vez em quatro anos que os vencimentos de motoristas e cobradores são depositados em dia por todas as empresas do transporte coletivo da região. Até o final da manhã desta terça-feira (7), apenas duas empresas ainda não haviam repassado aos trabalhadores o vale-alimentação.
O Setransp, sindicato patronal das empresas de ônibus, entretanto, afirma que apesar do desequilíbrio econômico persistir entre as empresas do setor nos últimos quatro anos, houve outros meses em que os salários foram pagos em dia.
Ainda de acordo com o sindicato, a tarifa técnica, valor repassado às empresas pelo transporte, está em fase de cálculo. O novo repasse deverá ser feito a partir de 26 de fevereiro, data prevista em contrato.
Por enquanto, as empresas ainda recebem R$ 3,66, mesmo com o valor reajustado para R$ 4,25.
Negociação
Motoristas e cobradores seguem ainda em negociação com o sindicato patronal sobre o reajuste salarial. Os trabalhadores pedem 15% de aumento, abono de R$ 500 e auxílio alimentação igual ao dos trabalhadores da Urbs, empresa municipal que gerencia o transporte público em Curitiba.
O benefício deve alcançar R$ 977,22, somando o auxílio alimentação de R$ 670,48 e o crédito no cartão alimentação de R$ 306,74. Hoje, o benefício pago é de R$ 500 mensais, através de um cartão alimentação.
Na segunda-feira (6), a categoria conseguiu decisão favorável na Justiça para que a data-base dos trabalhadores seja mantida em 1º de fevereiro.
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