Os preços das diárias de hotéis do Rio de Janeiro durante o período da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, vão cair em pelo menos 20%. A diminuição foi negociada entre o governo, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih) e a operadora de turismo contratada pelo Ministério das Relações Exteriores para intermediar os contratos com as delegações estrangeiras.
O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino, disse que a negociação será fechada na segunda-feira (14) e que o governo espera chegar a uma redução maior. "Fizemos o apelo pela redução e a indústria hoteleira, junto com a empresa contratada pelo Itamaraty, fez uma proposta de diminuição superior a 20%. O percentual final vai ser definido na segunda-feira (14). Queremos a máxima redução possível. Temos uma expectativa de ultrapassar os 20%, chegar a uma queda de 30%", avaliou.
O governo decidiu fazer um apelo à indústria hoteleira depois que o Parlamento Europeu anunciou na última quarta-feira (9) que havia desistido de enviar uma delegação de eurodeputados para a conferência por causa dos preços abusivos da hospedagem. No mesmo dia, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), também informou que a Casa não pagaria diárias para os deputados durante a conferência por causa dos preços altos.
"Não há, neste momento, um quadro de cancelamento generalizado por causa dos preços. Foram casos isolados. A ação do governo foi no tempo certo, exatamente para que não houvesse um efeito multiplicador, o que poderia comprometer o sucesso da conferência ou mesmo a imagem do Brasil", disse Dino.
O governo reuniu, para a negociação com os hotéis, um pelotão de ministros: a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; das Relações Exteriores, Antonio Patriota; da Justiça, José Eduardo Cardozo; e o advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, em uma reunião de mais de três horas no Palácio do Planalto.
A redução de preços será retroativa, ou seja, valerá para delegações que já contrataram hospedagem para o período. O acordo também prevê o fim da exigência de hospedagem mínima de sete dias, que estava sendo feita pelo setor hoteleiro. "Externamos a posição de não haver pacote mínimo de sete dias e tanto a indústria hoteleira como a operadora concordaram em abrir mão desse pacote mínimo", declarou o presidente da Embratur.
Segundo Dino, a interferência do governo na questão não tem caráter intervencionista nem quer impor um tabelamento de preços à rede hoteleira. "O governo não pretende revogar a lei da oferta e da procura, o que estamos é fazendo um apelo à indústria hoteleira, para que, mesmo diante do aquecimento da demanda, cobrem preços mais compatíveis com o mercado de eventos".
Medidas
Apesar do provável acordo, o governo não descarta outras medidas para coibir abusos nos preços. "Se depois da negociação houver uma nova denúncia de abuso, o governo vai agir, seja negociando, seja pelos instrumentos de controle de que dispõe, a partir da ação, por exemplo, do Ministério da Justiça", ressaltou o presidente da Embratur.
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