O cinegrafista da Band Curitiba Luiz Carlos de Jesus, ou apenas Jesus, como gosta de ser chamado, entrou nesta quarta-feira (27) com uma representação por abuso de autoridade contra um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Paraná (PM), após sofrer uma agressão no dia 17 de janeiro (domingo).
Segundo o advogado do cinegrafista, Marluz Dalledone, a representação pede pela responsabilização tanto criminal quanto administrativa do policial, que ainda não foi identificado. O documento foi protocolado perante a Corregedoria Geral da PM e a Promotoria da Vara de Auditoria Militar de Curitiba.
A agressão
Na ocasião em que foi agredido, Jesus cobria, na função de repórter, um achado de cadáver no bairro Santa Cândida quando recebeu a informação de que a poucas quadras dali, numa outra operação policial, um suspeito de roubo havia sido baleado.
Pouco após chegar à cena dessa segunda ocorrência, Jesus relatou que houve uma confusão entre moradores do bairro e policiais – de acordo com o repórter, tudo fora da área de isolamento. Para registrar o que estava acontecendo, sacou seu celular e começou a filmar. Neste momento, um sargento do Bope deu um tapa na mão do repórter, derrubando o telefone, e começou a gritar, avisando que a cena não poderia ser registrada. Nas palavras de Jesus, “o policial foi bastante truculento”.
Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (28), a PM informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “mediante a representação formal feita, será instaurado um procedimento, na forma regulamentar, para apurar os fatos ocorridos, em 17/01/15, no bairro Santa Cândida, envolvendo o cinegrafista Luiz Carlos de Jesus”.
Cinegrafista é agredido pela PM
Mordido por um Pitbull no ano passado, essa é a segunda agressão sofrida pelo cinegrafista Jesus em menos de um ano.
+ VÍDEOSPitbull
Essa não foi a primeira vez que o cinegrafista sofreu uma agressão por parte da PM. Em 2015, enquanto cobria o batalha do Centro Cívico em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, no dia 29 de abril, Jesus foi mordido por um cão da raça pitbull, pertencente à corporação. Por três centímetros a mordida não atingiu a artéria femoral do cinegrafista.
A respeito desse caso, foi instaurado um inquérito policial e protocolada uma ação indenizatória contra o governo do estado. Ambos os processos estão em trâmite.
Além de Jesus, o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV) também foi mordido durante o protesto. O político chegou a propor um projeto de lei com o objetivo de proibir o uso de animais pela polícia em manifestações.
Colaborou: Mariana Balan.