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Rio de Janeiro

Após soterramentos, Cabral defende revisão da política de ocupação de solo

O governador Sérgio Cabral sobrevoou na manhã deste sábado (2) toda a área de Ilha de Grande e Angra dos Reis, onde deslizamentos de terra deixaram pelo menos 31 mortos, e defendeu uma "política séria de solo" em todo o estado do Rio. Em conversa por telefone com Cabral neste sábado (2), o presidente Lula prometeu ajudar as vítimas da chuva.

"Solo urbano é um problema de todos. Não se pode brincar com o solo. Os americanos não brincam com o frio", disse o governador em entrevista à Rádio CBN , neste sábado (2). Ele também enfatizou a importância de se rever a construção em locais de risco.

"Não se pode ter construção perto de montanha e de espelho d'água. Há que se rever a política de ocupação no Brasil e no Rio. Sou favorável a estabelecer limites ecológicos e físicos para impedir o crescimento exagerado", disse.

Conhecida pela beleza natural, Ilha Grande recebe uma grande quantidade de turistas durante o verão. Na Praia do Bananal, uma pousada foi soterrada e várias casas ficaram destruídas.

Cabral afirmou também que famílias que estão em áreas críticas de Angra dos Reis resistem à ideia de deixar o local e por isso estão sendo orientadas a assinar um documento de responsabilidade.

R$ 100 milhões em equipamentos

O governador ressaltou também que foram investidos cerca de R$ 100 milhões em equipamentos para o Corpo de Bombeiros, e que 20% do valor do Fundo Estadual dos Bombeiros (Fundesbom) foi aplicado em contenções de encostas.

O vice-governador Luiz Fernando Pezão pediu ajuda a grandes empreiteiras no Rio, que emprestaram máquinas e retroescavadeiras que são usadas no resgate.

As buscas aos desaparecidos na Praia do Bananal, em Ilha Grande, não foram interrompidas durante a madrugada deste sábado (2). Já no Morro da Carioca, em Angra dos Reis, onde 11 pessoas morreram, o resgate às vítimas foi retomado às 7h.

O prefeito da cidade, Tuca Jordão, decretou luto por três dias e cancelou toda a programação do final de ano, entre elas a tradicional procissão marítima que aconteceria nesta sexta. A festa pelos 508 anos de Angra, que seria comemorada no próximo dia 6, também foi cancelada.

Desde quarta-feira (30), as chuvas no estado do Rio de Janeiro provocaram a morte de 53 pessoas, 31 delas em Angra.

Chuva mata 53 pessoas no estado

As chuvas causaram 53 mortes no estado desde o dia 30 de dezembro. Além das 31 em Angra, foram 22 mortes no resto do estado. Destas, segundo dados da Defesa Civil, cinco foram na Praça Seca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste; três em Quintino, três em Vaz Lobo, no subúrbio; quatro em Magé (entre elas as de um casal de idosos), uma em Duque de Caxias, duas em São João de Meriti e duas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense; e duas em Niterói, na Região Metropolitana.

As primeiras informações atribuíam as mortes de Quintino a Cascadura, mas a Defesa Civil estadual considera que as mortes ocorreram em Quintino.

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