São Paulo A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás decidiu anular a primeira fase do exame da ordem no estado, realizada em abril. Há suspeitas de que candidatos tenham comprado a aprovação na prova que habilita bacharéis em direito a exercer a advocacia de integrantes da OAB.
No sábado, uma operação da Polícia Federal prendeu 11 acusados de vender provas da entidade em Goiás. Entre os presos estão o tesoureiro da OAB no estado, o presidente e o vice da Comissão de Estágio e Exame da OAB-GO. Outros três responsáveis na OAB pelas provas em Goiás foram afastados pela direção da entidade. A segunda fase do exame, que aconteceria no domingo, foi cancelada.
Segundo a PF, os candidatos pagavam entre R$ 7.000 e R$ 25 mil pela aprovação no teste. A polícia diz que os bacharéis eram instruídos a deixar parte das questões objetivas em branco para que funcionários da OAB as respondessem mais tarde.
Os candidatos também recebiam com antecedência as respostas das perguntas discursivas, de acordo com a PF. Cinco bacharéis chegaram a responder as questões de uma das provas com as mesmas palavras.
Parte dos presos é acusada de aliciar inscritos no exame em cursos de preparação para a prova. A polícia diz que o grupo atua no estado há pelo menos um ano. Os acusados tiveram pedidos de habeas-corpus negados pela Justiça. Segundo a PF, pelo menos 116 bacharéis são suspeitos de comprar aprovações no estado. No último domingo, 1.252 candidatos estavam inscritos para a prova em Goiás.
A OAB-GO diz que acionou a PF assim que recebeu denúncias. A entidade pretende transferir a organização da prova para a Universidade de Brasília.
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