Perto do fim do julgamento dos PMs acusados do massacre do Carandiru, entidades de direitos humanos protestam contra falhas na punição dos réus e nas indenizações às vítimas, o que pode reabrir o caso na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh) e levar o Brasil a ser processado na Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesta segunda-feira, começa a quinta e última fase do maior processo da história do júri no país. Nela, são acusados 15 policiais do Comando de Operações Especiais (COE), denunciados por oito mortes que poderão somar mais 1.440 anos de prisão. Somadas, as penas individuais chegam ao recorde de 20.156 anos de prisão para os 58 PMs já considerados culpados. Em 2000, relatório da Cidh recomendava que o Brasil indenizasse as vítimas e condenasse as autoridades envolvidas. Como até agora a Justiça reconheceu o direito de apenas 64 ações, ONGs como a Human Rights Watch (HRW) e o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) avaliam se é a hora de reabrir o caso na OEA e, até mesmo, processar o Brasil na corte internacional.
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