Goioerê Após um mês do desaparecimento da universitária Carla Vicentini, 22 anos, em Newark, nos Estados Unidos, a família ainda aguarda por informações concretas sobre o paradeiro da filha. Carla Vicentini, embarcou no início de janeiro para os Estados Unidos por um programa de intercâmbio da agência World Study Educação Intercultural, com o objetivo de estudar inglês e trabalhar. Em Dover, Nova Jérsei, Carla trabalhou por duas semanas em uma rede de lanchonetes, mas se mudou, sem avisar a agência contratada para levá-la aos EUA, para a cidade de Newark a oito quilômetros de Manhattan - para morar com a brasiliense Eduarda Ribeiro, de 20 anos, que ela conheceu durante o vôo.
"Minha cabeça mais parece uma panela de pressão, não sei mais nem o que pensar", diz Tânia Maria Pereira Vicentini. Segundo a mãe, a família inteira vive em um buraco. "Estou sentindo que nossa vida está morrendo por causa do sumiço da Carla, é uma tortura que vai consumindo aos poucos."
Moradores há 40 anos em Goioerê, o contabilista Orlando Vicentini e a empresária Tânia Maria Pereira Vicentini, viviam uma vida normal até o desaparecimento. "Hoje a minha vida se resume a ficar dentro de casa grudada a esse telefone à espera de uma notícia que traga a Carla de volta. É tudo que mais quero", comenta a mãe. A única informação que a família recebe diariamente é sobre o andamento das investigações na cidade onde a universitária desapareceu. "Quase todo dia o consulado liga, mas é para fazer perguntas ou passar alguma novidade. Sempre esperamos a melhor notícia, mas há 30 dias ela não chega", desabafa a mãe.
Repercussão
Para a família de Carla a informação que chega pelos telefonemas é de que o caso está sendo investigado e de que não deve ser esquecido. Mas, para o deputado federal Hermes Parcianello (PMDB), que chegou em Newark segunda-feira para acompanhar e pressionar as autoridades, as investigações estavam paradas e o caso estava tendo repercussão apenas no Brasil. "Os comentários da polícia eram de que existem centenas de pessoas desaparecidas e de que o caso de Carla era apenas mais um", diz Parcianello.
Segundo ele, nos dois dias em que esteve em Newark, entrou em contato com políticos locais e presidentes de associações de brasileiros, para pressionar as autoridades nas investigações. "Fizemos pressões para que o caso não se torne mais um." Conforme ele, ontem o consulado brasileiro contratou um advogado para auxiliar nas intermediações entre polícia americana e consulado brasileiro. "Esse profissional terá uma função importante entre os dois lados". Parcianello retorna hoje ao Brasil. "Encerrou a missão de dois dias, e tudo que esteve ao alcance foi feito", comenta o deputado.
Ainda conforme Parcianello, o empresário americano Peter Pantoliano, proprietário de uma cadeia de lojas do setor de ótica, aumentou ontem de US$ 2 mil para US$ 3 mil a recompensa para quem passar informações do paradeiro de Carla. "Não tenho nem como agradecer toda a ajuda que o povo americano está dando para encontrar minha filha", diz Tânia.
No Itamaraty a única informação é de que todas as novidades do caso são passadas somente à família e de que o consulado em Nova Iorque continua em contato com a polícia americana.
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