A prefeitura de Curitiba admitiu que o aposentado Eurides Manoel de Carvalho, 68, ficou dois dias – entre quinta-feira (14) e sábado (16) – na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pinheirinho até ser transferido para um leito UTI no Hospital do Idoso Zilda Arns. O município afirmou, porém, que a necessidade de transferência somente foi detectada após a piora no estado clínico do paciente, que sofre de insuficiência respiratória aguda. Segundo a família, a espera pela vaga superou 24 horas.
Devidamente internado em um leito do Hospital do Idoso, Carvalho agora está em coma induzido e tem quadro estável, segundo a família. A prefeitura afirma que o aposentado recebeu os primeiros atendimentos na UPA, passando por exames clínicos e laboratoriais.
Apesar da justificativa apresentada, a filha do aposentado, Denízea de Carvalho, 36, ainda não se conformou com o tempo em que o pai ficou entubado na UPA 24 horas. “Ele estava em estado grave. Não sei porque demoraram tanto. A transferência só saiu depois que falei com a imprensa”, afirma. Segundo Denizéia, seu primeiro contato com um jornalista ocorreu às 11 horas do sábado. A transferência teria vindo seis horas depois.
Apesar de não afirmar pontualmente que houve demora na transferência do aposentado, a secretaria municipal de Saúde admitiu que pode recorrer a um plano de contingência para ampliar o número de leitos de urgência com a suspensão temporária de leitos de saúde. A pasta informou ainda que os pacientes são encaminhados de acordo com a gravidade de cada caso para os leitos hospitalares disponíveis.
“Nessa época do ano, é historicamente registrado maior ocorrência de problemas respiratórios, principalmente entre idosos e crianças. A demanda por leitos clínicos e de UTI aumenta cerca de 30%”, escreveu a pasta em nota enviada nesta segunda-feira (18).
Com o pai devidamente internado na UTI, Denizéia agora espera pela sua recuperação. “Coloquei nas mãos de deus”, afirmou.