A APP, sindicato que representa os professores e servidores da rede pública estadual de ensino do Paraná, deve buscar auxílio jurídico de entidades sindicais nacionais para recorrer da determinação estadual que obriga oito de seus dirigentes a retornar às salas de aula sob pena de serem demitidos por abandono de emprego.
Ontem, em reunião realizada na sede da APP, lideranças da Executiva Nacional da CUT e da direção nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) afirmaram já ter oferecido ajuda de suas assessorias jurídicas. "Estamos prontos a dar o auxílio que for necessário para a APP", disse Dary Beck Filho, coordenador da executiva nacional da CUT. "Em Pernambuco, a secretaria simplesmente cancelou o pagamento aos funcionários que atuavam no sindicato. Agora temos essa atitude no Paraná. Não são casos isolados", ressaltou o secretário-geral da CNTE, Roberto Leão.
O presidente licenciado da APP, José Lemos, resumiu a estratégia do sindicato: "uma lei estadual não pode estar acima da Constituição Federal, que garante a livre organização sindical dos trabalhadores e que as categorias definam seus estatutos. Por isso vamos nacionalizar essa questão, e já colocamos até a Organização Internacional do Trabalho a par do que está ocorrendo", disse.
Membros de sindicatos de outras categorias e representantes do movimento estudantil também estiveram presentes no ato de apoio aos dirigentes da APP. Lemos ainda afirmou que cumpriu a determinação da Secretaria de Estado de Educação (Seed) e retomou suas atividades no Colégio Estadual Cataratas, em Cascavel. "Mesmo assim não recebi meu salário no último pagamento em 30 de junho, assim como outros sete companheiros", reclamou. A Seed, por meio de sua assessoria de imprensa, contestou a afirmação de que Lemos e os demais dirigentes tenham retornado ao trabalho.
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