A partir de março, a Associação Paranaense de Reabilitação (APR) deve recomeçar a produzir próteses ortopédicas para o Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo todo o estado do Paraná. Há quatro anos, a associação estava fornecendo apenas órteses (suportes para vítimas de paralisia), já que havia sido descredenciada para a outra função, por não se enquadrar em normas do Ministério da Saúde.

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A Portaria número 26, de 25 de janeiro, do Ministério da Saúde, divulgada pelo Diário Oficial da União, deve ajudar a aumentar a receita da associação e, conseqüentemente, reverter maior benefício para a Escola Nabil Tacla, financiada pela instituição. Durante os anos em que ficou descredenciada, a APR destinou suas próteses somente para particulares.

"É um avanço, pois há uma demanda reprimida no estado do Paraná por próteses", explica o presidente da APR, doutor Cadri Massuda. De acordo com Massuda, há no Paraná, pelo menos, 1.100 pessoas na fila por uma próteses ortopédica e 7.500 por uma órtese, uma espera que pode levar até três anos.

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Segundo o gerente da Fábrica Ortopédica da APR, Paulo César Pereira da Costa, a instituição conta com mão-de-obra qualificada para produção em padrões internacionais. "É um trabalho artesanal, uma peça sob medida para cada pessoa", explica. Devem ser fabricadas, a partir de março, cerca de 45 próteses e 250 órteses por mês, contra um número aproximado da produção atual de 30 órteses por mês. Uma só prótese necessita de 96 horas de trabalho para ser confeccionada e pode custar de R$ 850 a R$ 120 mil, dependendo do modelo e do problema do paciente.

Haone de Carvalho, de 22 anos, um dos 30 funcionários da fábrica, é também um dos beneficiados. Aos 6 anos de idade, perdeu as duas pernas num acidente na linha de trem, em Almirante Tamandaré. Um ano depois de intenso trabalho de reabilitação recebeu as duas próteses da APR. "É difícil se acostumar com a prótese, mas vale a pena", diz. "Hoje, faço de tudo. Jogo bola, já fiz capoeira, não preciso ficar dependendo de ninguém."

Serviço: Informações na Rua dos Funcionários, 805 e Rua Cruz Machado, 351 - (41) 3013-9300.