O número de apreensões de produtos contrabandeados e piratas no Paraná aumentou 64% em 2005. Apenas nos primeiros oitos meses do ano já foram apreendidos cerca de R$ 108 milhões em mercadorias ilegais. Em todo o ano passado foram 104 milhões.
Na comparação direta, período entre janeiro e agosto, houve um aumento de 64% nas apreensões feitas pela Receita Federal. Alguns produtos, porém, apresentaram um índice muito superior à média.
O superintendente da Receita Federal do Brasil da 9.ª Região, Luiz Bernardi, afirma que o aumento das apreensões foi motivado pela ajuda externa de outros órgãos. "Nós intensificamos a atuação contra o contrabando com a parceria com a Polícia Fedral (PF), a Polícia Militar (PM), as Polícias Rodoviárias Federal (PRF) e Estadual (PRE), com a Polícia Civil e a promotoria de investigação do estado. A chamada força tarefa", explicou.
De acordo com Bernardi, a ajuda de servidores de outros estados também foi fundamental para se fechar o cerco contra os contrabandistas. Dos 1.500 funcionários da Receita, atualmente cerca de cem estão atuando diretamente na fiscalização. O número ainda conta com a ajuda de pelo menos 40 servidores emprestados, que auxiliam nos serviços de inteligência.
Os esforços de combate já estariam rendendo frutos à economia brasileira. "Está havendo uma diminuição crescente. O volume contrabandeado caiu em torno de 70% em relação a cinco anos. Os R$ 7 bilhões em mercadorias que eram apreendidos caíram para cerca de R$ 2 bilhões". O superintendente ainda afirmou que a ação da Receita Federal serve para conscientizar a população sobre os estragos que o contrabando provoca na economia nacional. "É uma conscientização nacional. A mercadoria ilegal deixa um rastro de malefícios. Toma espaço dos produtos brasileiros. E tira espaço do emprego brasileiro" alerta.
Ranking de apreensões
As armas e munições foram as campeãs de aumento neste ano. O número quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado, registrando uma elevação de 159%. De acordo com o superintendente, o aumento foi ocasionado por uma ação que resultou na apreensão de mais de cinco mil cápsulas.
A categoria dos produtos de informática foi a segunda que mais cresceu, chegando a passar dos cigarros no ranking total de apreensões. O aumento foi de cerca de 150%. Dos R$ 8,3 milhões de 2004 subiu para cerca de R$ 21 milhões nesse ano.
Em terceiro, estão os eletrônicos com um aumento de 120%, totalizando R$ 19,5 milhões, número quase três vezes maior que o total de 2003. Outros produtos que apresentaram um grande aumento durante o último ano foram brinquedos, 73%, veículos, 71% e cigarros, 67%.
De acordo com os dados da Receita Federal, a categoria de bebidas foi a única a apresentar redução. Houve uma queda de 33%, podendo terminar o ano com o mesmo número de dois anos atrás, que foi de cerca de R$ 630 mil.
Os valores são baseados no custo que o produto teve em sua origem.
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