A promessa do governo do estado de contratar 10 mil policiais nos primeiros quatro anos da gestão Beto Richa parou na etapa do curso. Cerca de 2.800 candidatos aprovados para o Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar em 2013 ainda estão à espera da convocação. Somente uma turma de soldados da PM e metade da primeira turma do Corpo de Bombeiros foi convocada desde então.
O concurso foi realizado em fevereiro de 2013. A primeira turma de soldados, com 2.223 policiais militares, fez o curso ainda naquele ano. O número de soldados previsto para o Corpo de Bombeiros era de 410 concursados na primeira turma, mas apenas 200 foram chamados. Na segunda turma, com 2.222 soldados para a PM e outros 409 para os Bombeiros, os candidatos haviam realizado exames médico, físico e psicológico, além da pesquisa social e documental, em agosto de 2014. Desde então, aguardam o resultado dos procedimentos.
Candidatos, que preferem não se identificar, reclamam da falta de informações sobre o andamento do curso. “Não temos um cronograma ou data para convocação. Ninguém nos informa nada”, reclama um dos candidatos.
Desempregados
Muitos dos candidatos aprovados relatam que foram dispensados de seus empregos após a PM ir ao local de trabalho deles para realizar a pesquisa social e documental. Um dos concursados está desde setembro de 2014 sem emprego. Ele reclama da falta de perspectiva de chamamento para o curso e segue de mãos atadas para conseguir emprego enquanto não é convocado. “Nenhum patrão quer ficar com um empregado que pode sair do emprego a qualquer momento”, diz.
Atraso em curso deixa PMs sem salário e nomeação
Curso de Formação de Oficiais deveria ter começado em março deste ano, mas os novos cadetes ainda não foram chamados.
Leia a matéria completaAjuste fiscal
A Secretaria da Fazenda (Sefa) foi questionada sobre a falta de verba para o pagamento dos aprovados e disse, em nota, que com o ajuste fiscal no estado, “as contratações e promoções de pessoal no Estado não estão condicionadas apenas ao atendimento dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas também à disponibilidade orçamentária fixada para o órgão em questão [no caso, a Polícia Militar]”. Dessa forma, segundo a nota, a PM deve ter “orçamento disponível para suportar o impacto decorrente dos acréscimos, sem necessidade de qualquer complementação orçamentária”. No primeiro quadrimestre de 2015, segundo a Sefa, o Paraná usou 45,97% da receita corrente líquida para a folha de pagamento. O limite prudencial da LRF é 46,55%.
Uma candidata diz que depende dos pais para pagar as contas, após ter saído do emprego em novembro do ano passado. “Estou me virando como posso, fazendo bicos. Mas tenho uma casa para pagar”, relata. Ela e outros candidatos acreditam que a demora para a divulgação do resultado da pesquisa social e documental se deve ao fato de que isso pode gerar pressão sobre o governo para a convocação. Outro motivo seria a falta de verba para o pagamento dos policiais, caso fossem chamados para o concurso. “Durante a realização do curso da primeira turma, ouvimos relatos de soldados sem ter o que comer e alguns que estavam sem uniforme”, diz outro concursado.
Convocação
Questionada sobre a demora no início do curso e a respeito das possíveis datas para o andamento do processo seletivo, a Polícia Militar informou que “está construindo junto aos escalões superiores a melhor forma para o chamamento dos candidatos aprovados no concurso para soldados”. A corporação garante que “enquanto não forem divulgadas a conclusão da pesquisa social e a efetiva nomeação dos candidatos, o concurso não perde a sua validade”. O efetivo da corporação atualmente é de 21 mil policiais militares, distribuídos em todo o estado.
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