Quase metade da flora do cerrado brasileiro pode ser extinta| Foto: Valter Campanato/ABr

A sobrevivência de entre 48% e 57% das espécies de árvores das "savanas brasileiras" será ameaçada de extinção, caso a temperatura em partes da América do Sul seja de fato elevada entre 1,6ºC e 3,2ºC até 2100 em razão das mudanças climáticas provocadas pelo efeito estufa. Esse é um dos dados regionais destacados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças climáticas (IPCC) da ONU no seu relatório completo do primeiro grupo de trabalho, sobre as bases físicas do aquecimento global.

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O relatório prevê que grandes partes do Centro-Oeste e Norte do Brasil, Bo­lívia e Peru sofrerão em médio prazo, entre 2046 e 2065, elevações de temperatura da ordem de 2ºC. Em longo prazo, entre 2081 e 2100, esse acréscimo da temperatura poderia chegar até 3,5ºC nas mesmas regiões do Brasil e da Bolívia.

Entre os efeitos avaliados como mais prováveis pelo IPCC está a extinção de espécies de árvores na "savana brasileira", avaliada entre 48% a 57%. Essa constatação faz parte de um estudo realizado por 19 pesquisadores de núcleos de pesquisa de vários países do mundo publicado em 2004 pela revista Nature. O IPCC referenda o estudo incluindo suas informações no seu relatório.

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Incêndios

Duas outras pesquisas citadas também indicam que o risco de danos causados pelo aquecimento no Brasil. O primeiro diz respeito a incêndios mais frequentes causados por ondas de calor e seca induzidos pelo fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico. O segundo fala do uso intensivo da terra pela agricultura, que somado ao aumento da temperatura média na região levará progressivamente à substituição de vegetação semiárida por vegetação árida em partes do Brasil.