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Cidade do Vaticano – O arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, foi nomeado cardeal ontem pelo Papa Bento XVI. Ele é o primeiro brasileiro a receber o título neste Pontificado. Gaúcho, que estudou em Toledo (Oeste do Paraná) e em Curitiba, o religioso recebe hoje o anel cardinalício, o que eleva para nove o número de cardeais do Brasil.

Dos 23 cardeais nomeados ontem, há 13 europeus, quatro latino-americanos, dois americanos, dois africanos e dois asiáticos. Do total, 18 são eleitores, por terem menos de 80 anos, inclusive Scherer, o que significa que podem participar de um eventual conclave. Os outros cinco têm mais de 80 anos, por isso não podem participar de um conclave na Capela Sistina, mas podem ser escolhidos como papa.

A cerimônia aconteceu na Basílica de São Pedro. Os cardeais se ajoelharam diante do Papa e fizeram um juramento. Em seguida, receberam o barrete, o chapéu vermelho e o título de diácono. Os religiosos vestiam vermelho, a cor que simboliza o juramento à Igreja, o derramamento de sangue em nome da fé. Depois da entrega dos barretes, foi feita uma oração aos fiéis, a reza do Pai-Nosso e a bênção final.

O mais recente cardeal brasileiro nasceu em 21 de setembro de 1949, em São Francisco, município de Cerro Largo, no Rio Grande do Sul. Estudou no seminário diocesano de Toledo e no de São José, da arquidiocese de Curitiba, onde seguiu os cursos de Filosofia e Teologia. Scherer é considerado no Brasil um líder "moderado", defensor de uma militância cristã mais ativa e fiel às direções do Vaticano.

Antes de sua nomeação, Scherer participou de uma reunião com o Papa e outros cardeais do mundo, na qual discutiram o ecumenismo e o compromisso de prosseguir com a "purificação da memória" e de usar "formas de comunicação que não venham a ferir a sensibilidade dos outros cristãos".

"Dificuldades"

Segundo o Vaticano, os cardeais falaram das "dificuldades" da fé cristã no mundo secularizado e se mostraram favoráveis a uma nova evangelização "que atenda às expectativas profundas e permanentes de felicidade do homem pós-moderno". Os reunidos também sublinharam a "urgência" do compromisso da Igreja pela paz, pela luta contra a pobreza e pelo desarmamento, "sobretudo o nuclear".

Quanto ao ecumenismo, analisaram a colaboração entre os cristãos em defesa da família na sociedade e nos ordenamentos jurídicos. As relações com os judeus e o Islã também foram tratadas e se destacou favoravelmente a carta enviada em outubro ao Papa por um grupo de 138 sábios islâmicos, afirmando que o futuro do mundo depende da paz entre muçulmanos e cristãos.

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