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Dengue

Área de epidemia está desassistida

Central Hospitalar: sem médicos de plantão | Carlos Ohara/Gazeta do Povo
Central Hospitalar: sem médicos de plantão (Foto: Carlos Ohara/Gazeta do Povo)

Enfrentando uma epidemia de dengue, as cidades de Fênix e Peabiru, no Centro-Oeste do Paraná, não poderão contar com o apoio hospitalar de Campo Mourão, município que sempre foi referência na região para o atendimento de casos mais graves na área da saúde. Em novembro de 2012, a Santa Casa da cidade interrompeu o pronto-atendimento pelo SUS, alegando que o serviço estava trazendo prejuízos para a instituição. Desde então, os atendimentos estão sendo feitos pela clínica Central Hospitalar, mas a estrutura é insuficiente para atender a população de 25 municípios da região, estimada em quase 330 mil pessoas.

Segundo a médica Elizabet Nascimento, plantonista do posto de saúde de Peabiru, a morte do advogado Ewton Einar Bazanini, de 75 anos, poderia ter sido evitada se houvesse estrutura adequada em Campo Mourão. Exames laboratoriais realizados ontem, em Cu­­ri­­tiba, confirmaram que Be­­za­­nini morreu em decorrência da dengue. Os primeiros sintomas da doença surgiram na semana passada, quando o homem teve febre alta, náuseas e diarreia. Após parada cardiorrespiratória, o paciente não resistiu e morreu.

Elizabet acompanhou o advogado durante a transferência dele de Peabiru para a Central Hospitalar. Ao chegar na clínica, não havia médicos de plantão e a internação do idoso foi negada, sendo autorizada somente após a intervenção da secretária de Saúde de Peabiru, Ana Cláudia Beltrani. "A dengue que ele tinha não era tão importante, com um quadro de 90 mil plaquetas. Ele apresentava hemorragia causada por cirrose. Era necessário atendimento urgente. Mas o paciente entrou em choque na espera de atendimento", denuncia. O proprietário do hospital nega as acusações.

O Ministério Público em Campo Mourão move ação na Justiça responsabilizando o governo do estado e a prefeitura da cidade pelo fechamento do pronto-socorro. Mesmo com uma liminar, de dezembro de 2011, estabelecendo multa diária de R$ 5 mil para o governador Beto Richa e o ex-prefeito Nelson Tureck, a situação não foi normalizada.

Mesmo após empréstimo, portas estão fechadas

Após um pedido de intervenção na Santa Casa, feito por ex-secretários municipais por causa da paralisação do pronto-atendimento, o ex-presidente do hospital, Elmo Linhares, renunciou ao cargo em dezembro do ano passado. O dentista Paulo Davidoff, que assumiu o cargo, conseguiu então um empréstimo de R$ 5 milhões a partir de um programa de financiamento da Caixa Econômica – dinheiro que seria usado para liquidar as dívidas da instituição.

O ex-prefeito Nelson Tu­­reck anunciou que a prefeitura foi avalista da operação e que o hospital retomaria o serviço de urgências e emergências. Nada disso ocorreu. Em recente reunião com a nova prefeita, Regina Dubay, o atual presidente da Santa Casa teria dito que o hospital precisaria obter um financiamento de mais R$ 1,8 milhão para reabrir o pronto-socorro.

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