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Meio ambiente

Área preservada do Rio Iguaçu pode ser degradada em oito anos

Cena da peça "A Descoberta das Américas" | Divulgação/Diego Pisanti
Cena da peça "A Descoberta das Américas" (Foto: Divulgação/Diego Pisanti)

Se nada for feito para deter a exploração abusiva das mineradoras ao longo do Rio Iguaçu, em oitos anos os 35 quilômetros que ainda restam preservados do total de 85 estarão degradados. A previsão foi anunciada ontem, em reunião no Ministério Público do Paraná (MP) com participação de representantes de organizações não-governamentais (ONGs) da área ambiental e educacional da região metropolitana de Curitiba.

O Centro de Apoio Operacional das Promotorias Ambientais da Região Metropolitana (CAOP-RMC) propôs a criação do Parque de Várzeas do Iguaçu, que teria uma área de 4 mil hectares e abrangeria toda a várzea entre os municípios de Araucária e Balsa Nova. De acordo com o promotor Edson Peters, da Promotoria do Meio Ambiente, a proposta foi levada ao Instituto Ambiental do Paraná, à Assembléia Legislativa e a empresas como Copel e Petrobrás, que por gerarem grande passivo ambiental devem destinar uma porcentagem de seus recursos a unidades de conservação. Segundo Peters, deve haver um definição em 2008. "É preciso ainda desenvolver um projeto que delimite o perímetro do parque e que a área seja declarada como de utilidade pública para que possam ser feitas as desapropriações", explica.

Segundo o promotor, a criação do parque foi uma das necessidades apontadas pelo levantamento que o CAOP-RMC fez no último ano para identificar as demandas socioambientais da RMC. "Percebemos que os principais problemas estão no tratamento da água, na exploração mineral e nas ocupações irregulares", conta. Atualmente, dezenas de empresas mineradoras extraem areia, argila, cal e calcário da região. O presidente da ONG Atmosfera, de Araucária, José Paulo Loureiro, afirma que existem alternativas para a substituição desses matérias por outros que causam menos impacto. "A areia pode ser substituída por brita moída, que é mais barata inclusive", afirma.

Para Peters, outra necessidade levantada é o investimento em educação ambiental. A partir de um inquérito civil público instaurado pelo MP em abril, notou-se que uma quantidade muito pequena de escolas da RMC desenvolve algum tipo de programa de meio ambiente. "A maioria sequer separa o lixo", conta. Segundo o promotor, a política nacional de educação ambiental prevê que todas as escolas públicas e particulares tenham algum tipo de iniciativa nesse sentido.

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