A Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal) acaba de produzir um estudo de avaliação ambiental no estado do Amazonas o estado com a melhor cobertura florestal entre os nove da Amazônia Legal. O estudo diz que as políticas caminham na direção correta, especialmente no que diz respeito à multiplicação das áreas de conservação ambiental: entre 2003 e 2006, houve um aumento de quase 128% na superfície das unidades de conservação estaduais, que passaram de 7,4 milhões de hectares para 16,9 milhões.
Mas isso é só o começo. De acordo com o estudo, ainda é preciso aperfeiçoar essas políticas para garantir que a floresta continue de pé. Entre as recomendações finais, ele cita desde a necessidade de melhor integração entre as políticas federais, estaduais e municipais à urgência de se destinar mais recursos para o setor. Com 1.570.745 km2 área equivalente ao conjunto da região nordestina brasileira e 98% de suas florestas em pé, o Amazonas destina 0,6% do orçamento público para atividades ligadas diretamente à proteção ambiental. "Um índice claramente insuficiente", diz o texto.
No conjunto, somando reservas federais e estaduais e territórios dos índios, cerca de 50% do Amazonas já se encontra sob alguma modalidade de proteção. O estudo elogia, entre outras coisas, o fato de que 80% das reservas criadas são de uso sustentável o que permite sua exploração econômica parcial. "Isso contribui para aumentar a popularidade das unidades entre a população rural e estimula os agentes locais a proteger os recursos naturais", diz o texto.
Também foram feitos elogios ao fato de o governo concentrar parte das unidades de conservação no sul do estado onde estão escancaradas as três principais frentes de ameaça à floresta.