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Pós-tragédia

Área rural segue inacessível e sem luz em Morretes

Por enquanto, apenas duas retroescavadeiras são usadas para desobstruir estradas de acesso a Floresta, em Morretes | Angel Salgado
Por enquanto, apenas duas retroescavadeiras são usadas para desobstruir estradas de acesso a Floresta, em Morretes (Foto: Angel Salgado)

Após 21 dias da chuva que atingiu o litoral do Paraná e devastou a co­­munidade rural de Floresta, em Morretes, os acessos por terra à localidade ainda não foram restabelecidos e produtores da região re­­clamam da lentidão das obras. É possível chegar apenas por trilha a pé ou em carros com tração nas quatro rodas. O local também continua sem energia elétrica.O secretário municipal de Obras de Morretes, Dionel Cha­rello, informou que a prefeitura está com dificuldades para reabertura da estrada por causa da grande quantidade de madeira que ainda precisa ser retirada do local. A chuva e o solo úmido também contribuem para que o trabalho seja lento. Duas retroescavadeiras hidráulicas trabalham na estrada.

O procurador municipal de Curitiba Paulo Roberto Calliari, que tem uma área mista (de produção e lazer) na região, diz que a sensação é de "impotência". "Esta­mos sem energia elétrica. Minha casa está cheia de lama e não consigo ligar equipamentos adequados para limpar. Em todo esse tempo, a situação continua igual."

O produtor Júlio Raineth Filho, que tinha uma área de cinco alqueires de gengibre, está preocupado em saber se poderá plantar novamente. Ele se preparava para iniciar o plantio e esperava uma colheita de 250 toneladas para este ano. "Já fazem três semanas e pouca coisa melhorou. Eu vivo 100% da agricultura. Preciso me restabelecer."

Já o agricultor Roberto de Freitas Nascimento, que plantava hortaliças em Floresta, acredita que faltam máquinas para trabalhar na reconstrução da estrada. "A promessa que tivemos foi de restaurar o local. Até quando teremos de esperar?", questiona. Ele está morando com a família na casa de parentes e afirma que a ajuda "somente de cesta básica" não adianta. "Claro que é bem-vindo, mas não podemos viver disso para sempre. Sobraram alguns animais e todos os dias tenho de ir alimentar [os bichos]. Tudo isso tem um custo", reclama Nascimento.

Charello disse que a Companhia de Desenvolvimento Agrope­cuário do Paraná (Codapar), também ajudará com equipamentos. De acordo com o diretor-técnico da Codapar, Sinval Reis, seis máquinas pesadas e veículos de apoio estarão em Floresta a partir da próxima semana. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logís­tica, uma patrulha será formada pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e outros órgãos para deixar os acessos transitáveis.

Luz

De acordo com a Copel, todas unidades consumidoras de Floresta (83 no total) estão sem energia. Avaliações periódicas da região estão sendo feitas pelas equipes, mas, por enquanto, a companhia também encontra dificuldade de acesso e aguarda para retomar os serviços no local.

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