Após a polêmica instalação de floreiras embaixo do Viaduto do Capanema, no bairro Jardim Botânico, o que impedia que moradores de rua ocupassem o local para dormir, a prefeitura de Curitiba anunciou nesta terça-feira (10) que concedeu o uso do espaço ao Centro de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afro Brasileira Centro Cultural Humaitá.
O acordo, segundo a prefeitura, prevê que seja utilizada uma área de 700 metros quadrados, destinada para atividades de estudo, pesquisa e oficinas de arte e cultura afro. Para isso, o centro de estudos deve, entretanto, seguir orientações técnicas da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), órgão que também ficará responsável pelo acompanhamento periódico do desempenho dessas ações.
Conforme o decreto de concessão do espaço, assinado pelo prefeito Gustavo Fruet, o centro cultural ficará responsável pela manutenção, segurança e encargos tributários do imóvel. O documento ainda prevê que o Centro Humaitá apresente ao Departamento de Patrimônio Público do município a comprovação do plano concreto de custeio de obras, cópia do alvará de construção e, em três anos, cópia do Certificado de Conclusão de Obras.
Segundo Adegmar Silva, representante do Centro Humaitá, ainda no primeiro semestre deste ano o espaço poderá receber atividades. "Queremos promover pequenos eventos para toda a comunidade curitibana", disse.Moradores de rua
No início de janeiro, a Gazeta do Povo mostrou que a prefeitura de Curitiba vem mudando a forma de atender a população em situação de rua. A Central de Resgate Social da Rua Conselheiro Laurindo teria a maior parte de seus serviços desativada até o fim do mês passado. O objetivo é descentralizar o trabalho com estruturas menores e atenção individualizada, distribuindo as formas de acolhimento de acordo com o público população masculina, feminina, idosa, LGBT e de crianças e adolescentes e em seis diferentes endereços pela cidade.No caso do Viaduto do Capanema, além da presença de moradores de rua, era bastante comum que famílias indígenas, vindas de outros locais do estado para vender artesanato, se instalassem ali por alguns dias no local. No mesmo dia em que instalou as floreiras, a prefeitura abriu uma casa de passagem com capacidade para 70 pessoas para atender esse público. O serviço seria coordenado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
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