Foz do Iguaçu A sugestão dada por religiosos brasileiros de mudar o nome da Garganta do Diabo, o maior e mais imponente dos 273 saltos das Cataratas do Iguaçu, enfrenta resistência do lado argentino da fronteira. Lideranças do trade turístico de Puerto Iguazú, cidade vizinha a Foz do Iguaçu, consideram a proposta vazia e contrária às lendas indígenas que inspiraram o nome.
Segundo o Secretário de Turismo do estado argentino de Missiones, Ruben Peralta, as lideranças locais argumentam que a denominação Garganta do Diabo não é prejudicial a nenhuma religião e serve como apelo de marketing para o atrativo ser vendido em todas as partes do mundo. "O nome é conhecido, já está na história", diz. Apesar da tendência contrária, Peralta fará reuniões com o trade para tomar uma posição oficial.
Para o casal de turistas argentinos Aníbal Hugo e Ana Lia Iglesias, a idéia não tem sentido. "Nós olhamos a garganta com os olhos de Deus", diz Aníbal, que contemplava o salto no lado brasileiro ontem.
Enquanto isso, em Foz do Iguaçu, o movimento avança. A Secretaria de Turismo da cidade, com apoio de empresários do setor, além das igrejas católica e evangélica planeja fazer uma enquete na internet para colher opiniões sobre o assunto. A proposta inicial seria rebatizar a Garganta pelo nome de A Voz de Deus, ou voltar a chamá-la de Salto União.