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Arqueologia paranaense na arena de jogos

O produtor cultural do MAE Fábio Marcolino (de barba) e estudantes do curso: desafio agora é popularizar jogos. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
O produtor cultural do MAE Fábio Marcolino (de barba) e estudantes do curso: desafio agora é popularizar jogos. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

A Europa Medieval dá lugar ao Brasil Meridional, enquanto Elfos e Druidas perdem espaço para Tupinambás e Guaianás no RPG Jaguareté: O Encontro. Inspirado na cultura dos povos indígenas, o jogo faz parte de uma série de ações educativas e divertidas promovidas pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Pensado para um público de ensino médio, o RPG aborda temáticas maduras, como a relação dos indígenas com o tabaco e o papel do canibalismo na espiritualidade tupinambá. O professor pode fazer a vez de “mestre”. O kit que compõe o jogo inclui um livro de 40 páginas com sugestões de missões que podem ser aplicadas em sala de aula. O tabuleiro é um mapa do Brasil Meridional dos séculos 16 e 17, com destaque para os territórios indígenas.

Lançado em novembro de 2014, o Jaguareté motivou a criação do Arqueogame, um videogame que lembra os antigos jogos de fliperama. Ambientado em uma ilha fictícia no Sul do Paraná, o jogo começa com os mapas de sítios arqueológicos da região. O cenário ao fundo é inspirado na Baía de Antonina. As peças arqueológicas encontradas no caminho são réplicas daquelas presentes na sede do MAE, em Paranaguá.

Para jogar o Arqueogame, basta ir à sede ou à reserva técnica do museu, na Praça Santos Andrade. Nos dois locais, foi montado uma espécie de fliperama, utilizando a carcaça de um totem de atendimento a alunos e peças de computadores antigos.

Além do RPG e do videogame, a coleção de livros Assim vivem os homens – com volumes de contos indígenas e africanos, completam o time – também faz parte das iniciativas MAE. As publicações são ilustradas e acompanham um audiobook, com a leitura das histórias. Sobre o volume dois, que trata da história africana, o produtor cultural do MAE, Fábio Marcolino, afirma: “Falamos da diversidade cultural da África e esta é uma forma de sair um pouco daquela narrativa batida da África sofrida”.

Tendência

Todos os materiais foram produzidos dentro da própria UFPR, em projetos de extensão que envolvem professores, profissionais e estudantes de diferentes áreas. Um quebra-cabeça e um jogo devem ser lançados em breve. Jovem, a equipe segue a tendência dos jogos independentes: bonitos, com alta jogabilidade e feitos com pouca verba.

Com um material de qualidade na mão, o grupo agora enfrenta o desafio de popularizá-lo. Esbarra na falta de conhecimento por parte do grande público e em dificuldades técnicas, como a baixa tiragem dos materiais – impressos pela própria editora da UFPR, com ajuda de ­editais.

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