Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) está com arquivos da Planam, uma das empresas acusadas de fornecer ambulâncias superfaturadas no esquema desbaratado pela Operação Sanguessuga, que podem levar a novos nomes de parlamentares envolvidos nas fraudes. São listas com nomes e emendas de parlamentares, acompanhados de valores e números de contas bancárias, em um indicativo de pagamento de propina.

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Os registros estão em um disco rígido que foi retirado de um computador da Planam por um colaborador de Maria da Penha Lino, ex-funcionária do Ministério da Saúde e da Planam presa e denunciada à Justiça por participação no esquema. O disco foi passado ao advogado de Penha, Eduardo Mahon, que o entregou ao Supremo há duas semanas. Por isso não integra o material obtido pela Polícia Federal nas buscas e apreensões.

Além dos registros, há um arquivo, que, segundo Mahon, é a lista de contatos da Planam, com o nome de 283 parlamentares e as emendas para compra de ambulâncias. A lista, por ser genérica, é considerada menos relevante por autoridades que acompanham as investigações.

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Mahon confirma o conteúdo do disco rígido, mas não dá detalhes, já que o processo está sob sigilo. Para uma pessoa que teve acesso aos registros, há elementos capazes de ampliar a lista de deputados investigados.

Na quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso denunciou 81 pessoas por envolvimento com a quadrilha que fraudava licitações de ambulâncias e influenciava emendas parlamentares.

Segundo o MP-MT, o núcleo empresarial da quadrilha era composto por empresários estabelecidos em Cuiabá. "A partir da sua base na capital do estado do Mato Grosso, o bando manejava empresas de fachada. E com elas participava de licitações simuladas em todo o Brasil", diz o texto divulgado pelo Ministério Público.

A estimativa do MP/MT é de que a organização criminosa tenha ocasionado prejuízos da ordem de R$ 110 milhões aos cofres púbicos.

Com a denúncia, terá início agora a ação penal contra os acusados. O primeiro ato do processo será o interrogatório de todos os denunciados. Paralelamente, o MP dará continuidade às apurações para identificar outros possíveis participantes do esquema.

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