Os valores pagos pelo usuário ao serviço de guincho vão diretamente para a empresa Auto Socorro RemovCar, escolhida por meio de licitação. A quantia recebida depende de quantos carros são guinchados por estacionamento em local proibido e por quanto tempo eles ficam no pátio. O proprietário de um automóvel guinchado, por exemplo, paga R$ 86,47 pelo reboque e mais R$ 15,46 de diária. O total recebido desde o início do serviço não foi divulgado. Quando a RemovCar foi declarada vencedora da licitação, o valor estimado para o contrato foi de R$ 50.655,09 por mês. O poder público, por sua vez, recebe quantias por meio do pagamento de licenciamento, IPVA e multas atrasadas.
Paulo Moraes, que foi professor na área de trânsito da PUCPR e hoje atua na Agência Reguladora de Transporte de São Paulo, afirma que esse contrato "pode gerar certo viés" para que haja manutenção do serviço. "Acho que o grande risco é virar um comércio e daí começarem a inventar áreas de estacionamento proibido não por fluidez, mas para gerar mercado." Ele diz acreditar, no entanto, que a remoção tenha o objetivo de melhorar o trânsito e não beneficiar determinada empresa.
O gestor de fiscalização de trânsito da Urbs, Adão José Lara Vieira, explica que não é a empresa contratada que vai atrás do veículo, e sim o agente de trânsito, que lavra o auto de infração e aciona a RemovCar. "O número de autos lavrados na cidade é superior ao número de remoções. Não conseguimos remover todos os autos de infração", afirma. Cinco guinchos trabalham na remoção. Segundo Vieira, eles levam de 40 a 45 minutos para transportar ao pátio, no Uberaba, um veículo estacionado irregularmente no Centro.