Diferenciais
Estrutura menos sisuda e mais confortável ajuda na recuperação
Além de atividades lúdicas, diferenciais na estrutura do hospital também auxiliam na recuperação. No Hospital do Idoso Zilda Arns, um bosque com banquinhos e alas com cores que remetem à tranquilida ajudam a acelerar a recuperação dos pacientes. No Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, uma biblioteca para pacientes e acompanhantes pode ser usufruída sem custos. Além disso, voluntários estão sempre presentes para auxiliar na recuperação e na distração dos pacientes.
Características antes reservadas apenas a hotéis também têm sido incorporadas ao cenário hospitalar, como no Hospital Marcelino Champagnat. Nele há um núcleo de hospitalidade, coordenado por Ketlhen Valili, e que trabalha com conciérges, profissionais responsáveis por dar o máximo de conforto ao paciente. "Recepcionamos a pessoa na chegada, apresentamos as instalações e diariamente ligamos para saber se há alguma necessidade. Cuidamos para que ele se sinta como um hóspede. Isso facilita o processo de internamento."
Esses profissionais fazem até mesmo reservas de hotéis para familiares, locação de carros e serviços de estética. O pagamento é feito pela família, diretamente ao prestador do serviço. "Em nossa sala de espera de exames, dificilmente há alguém com semblante pesado. Elas se sentem mais tranquilas com o ambiente", completa.
Cura mais rápida
O tempo de internação cai 50% quando, durante o tratamento, há a presença da família e de atividades voltadas à humanização, segundo dados de 2008 do programa Família Participante, do Hospital Pequeno Príncipe. A taxa de infecção hospitalar diminui 20% e os casos de depressão em crianças internadas chegam a zero.
Amor intensivo
Grupos de palhaços que animam hospitais podem ser encontrados no mundo todo. Em Curitiba, o Terapia Intensiva do Amor atua desde 2008, e a diretora do grupo, Carolina Alcova, de 22 anos, conta que os pacientes pedem sempre a volta da trupe. O grupo atende de crianças a adultos. "Cantamos, tocamos, fazemos teatro e lemos histórias. Algumas vezes vamos apenas para conversar, e isso já é algo importante para os pacientes."
Tratamento mais alegre
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Oficinas de pintura, artesanato, música e até culinária. Atividades como essas têm sido adotadas em hospitais que apostam na humanização do atendimento para que os pacientes se recuperem mais rápido e tenham a estadia mais agradável. "As atividades lúdicas ajudam a sublimar a dor causada pela doença e a ressignificar esse sentimento, auxiliando no enfrentamento do problema", explica Vanessa Ruthes, coordenadora de humanização do Grupo Marista.
De acordo com a terapeuta ocupacional Nydia Cunha, entre os principais benefícios dessa humanização está o aprimoramento da relação paciente-família-equipe. "Isso culmina em uma atenção integral ao paciente; e o terapeuta pode, então, agir na promoção da saúde e da qualidade de vida ocupacional daquela pessoa." Nesse processo, segundo ela, é importante que sejam estimuladas atividades que remetam à rotina anterior do paciente.
Momentos de alegria
Fabiele Fortes é um exemplo de que a arte e a terapia têm papel fundamental no processo de enfrentamento da doença. A menina, de 10 anos, tem uma síndrome rara chamada Ehlers-Danlos e, desde 2006, quando começou a fazer tratamento no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, tem encontrado na arte momentos de alegria. A síndrome tem como sintomas a hipermobilidade articular, pele frágil e superelástica. Não existe cura.
"Aos poucos ela foi aceitando a doença e às vezes até brinca com a elasticidade que tem. Sei que grande parte dessa aceitação tem relação com as atividades feitas no hospital e que elevam a autoestima dela, diariamente", conta a mãe, Edicleia Fortes, de 39 anos. Naturais de Sengés, no interior do Paraná, há três anos a família se mudou para a capital.
Das atividades desempenhadas por Fabiele no hospital, as aulas de reforço escolar e a música são suas preferidas. "Assim, eu não perco o ano na escola e cantando eu percebo a harmonia entre as pessoas", conta. No fim do mês passado ela participou de um show com outras crianças do hospital, no Teatro Bom Jesus.
Habilidades manuais
Por tratar especificamente de crianças, o Hospital Pequeno Príncipe investe muito em atividades manuais, como pintura e gravura. Além disso, incentiva a musicalização e promove aulas de culinária.
O mesmo acontece na ala pediátrica do Hospital Erasto Gaertner, onde os pequenos podem ouvir histórias, recebem a visita de palhacinhos e têm uma brinquedoteca à disposição. Um trabalho bem conhecido feito com as crianças é o da pintura, e as artes produzidas durante o período de internamento estampam os cartões de Natal vendidos pela Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Para os pacientes adultos, as atividades lúdicas de teatro e recreação também são importantes. É comum encontrar pequenas apresentações musicais nos corredores, quartos e hall de entrada das instituições. "Até naqueles em coma vigil, que não é profundo, são percebidas alterações clínicas no momento em que a música começa", afirma Milva Milano, diretora presidente do Hospital Pilar. Fernanda Voigt Miranda, psicóloga clínica do Hospital Erasto Gaertner, diz que as atividades ajudam a diminuir a tensão emocional também nos familiares que acompanham o tratamento.
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