O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, nasceu em São Paulo, mas tem laços fortes com o Paraná. Funcionário do Banco do Brasil, veio transferido em 1982. Foi diretor da Federação dos Bancários do Paraná e eleito duas vezes deputado federal pelo estado. Quando foi chamado para o ministério do presidente Lula, o Paraná considerou sua presença no governo como demonstração do prestígio político local. Bernardo concorda. "O estado vem conquistando cada vez mais importância política e econômica no país", diz ele.
O ministro convenceu o presidente Lula a vir a Curitiba para o encerramento do Fórum Futuro 10 Paraná, na próxima quarta-feira. "Descrevi para o presidente a mobilização da sociedade, a grande participação dos municípios, e ele se entusiasmou", conta Bernardo. No encerramento, o presidente, o governador Roberto Requião e prefeitos receberão o documento que reúne todas as propostas apresentadas no fórum (veja quadro na página ao lado).
Mesmo reconhecendo o prestígio paranaense, no entanto, o ministro considera que o estado ainda precisa avançar na representação política. Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), uma das promotoras do evento, mostrou que os participantes do fórum ainda consideram pequena a capacidade do estado de influir nas decisões nacionais. Segundo Bernardo, a palavra-chave é articulação. "Noto que em outros estados, mesmo onde há grandes divergências partidárias, os interesses maiores prevalecem", diz ele. "Independentemente de disputas locais, existem pontos que devem ser trabalhados por todos, como um projeto de desenvolvimento, por exemplo."
Oportunidade
Para o ministro, um documento como o que resultou do fórum é uma chance para unir o estado em torno de um grande projeto. "O país tem problemas graves de falta de grandes planos de desenvolvimento", diz ele. "E o Paraná, abençoado com potencialidades imensas, não pode abrir mão dessa oportunidade."
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, também vê um estado abençoado. "Os potenciais natural e humano do Paraná são enormes", diz ele. Rocha Loures é entusiasta da Investigação Apreciativa, metodologia que propõe o planejamento a partir das conquistas e potencialidades, usada no Fórum Futuro 10 Paraná. "O estado tem uma diversidade cultural, econômica e social que o habilitam a atrair investimentos nacionais e internacionais, uma espécie de porta de entrada do mundo em nosso país." Para ele, o diálogo e a integração obtidos nas oito etapas do fórum precisam continuar. "Só assim, teremos a transformação que buscamos."