O artista plástico espanhol José Rincón foi impedido pela PF (Polícia Federal) de entrar no Brasil, no último sábado, no aeroporto de Fortaleza. Ele iria participar como professor de uma exposição de gravuras em Sobral, a 248 km da capital cearense.
O voo da companhia aérea portuguesa TAP em que o artista viajava desde Madri fez escala em Lisboa e aterrissou em Fortaleza por volta das 20h30. Cerca de 50 minutos depois, Rincón embarcou em outro avião de volta para Espanha.
Segundo a PF, o artista foi "repatriado por não preencher os requisitos necessários para a entrada no Brasil e por reciprocidade no controle migratório de turistas espanhóis no país".A PF ainda informou que Rincón não apresentou os "documentos originais" que comprovassem reserva em hotel, carta-convite e local de estadia.
O presidente da Ecoa (escola de artes que organiza a exposição), Roberto Galvão, afirmou que o artista havia imprimido os e-mails enviados do Brasil com todos os comprovantes necessários.
Para Galvão, o proibição da entrada de Rincón está relacionada ao caso do artista plástico baiano Menelaw Sete.No dia 19, ele foi obrigado a retornar ao país ao ser barrado no Aeroporto Bajaras, em Madri. Sete estava indo para a Itália."O curador da exposição tentou conversar com a PF, mas os agentes disseram que foi uma resposta em relação ao caso da semana passada", disse Galvão.
Regras mais duras
No início de abril, o governo federal adotou exigências mais rígidas para a entrada de espanhóis no país. A decisão foi tomada depois de uma série de turistas brasileiros terem sido impedidos de entrar na Espanha.
Com as alterações, os espanhóis que tentam entrar no país precisam apresentar passaporte válido por, no mínimo, seis meses. Também é exigido comprovantes de ida e volta, hospedagem e carta-convite.O Ministério das Relações Exteriores nega que a adoção das normas seja uma retaliação à política migratória adotada pela Espanha.