Além de proteger a comunidade ao combater o crime, a PM também atendeu emergências de saúde e ajudou equipes médicas a salvar vidas| Foto: Reprodução/Redes Sociais/Recom-RJ/Governo do Paraná/Casa Militar
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O vídeo de uma ação policial no Rio de Janeiro percorreu o país esta semana. Nas imagens, é possível ver policiais militares fardados entrarem em duas viaturas, ligarem as sirenes e saírem apressados pelas ruas da capital carioca, evidenciando que a ocorrência era grave. No entanto, a ação não se tratava do combate a facções criminosas, da localização de um arsenal de armas ou de uma operação nas favelas no Rio, mas de salvar uma criança engasgada.

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Eles “demonstraram mais uma vez o compromisso com a preservação da vida”, pontuou o secretário de Estado da PM do RJ, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, em suas redes sociais. “Este ato reflete o verdadeiro espírito de servir e proteger”, continuou.

Na publicação, o oficial explica que policiais do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom) estavam em patrulhamento pela capital no último sábado (21), quando uma mãe desesperada pediu ajuda com um menino de dois anos nos braços. O garoto apresentava sinais de engasgamento, e a polícia iniciou a manobra de Heimlich para desbloquear as vias respiratórias da criança.

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Segundo o coronel, foram “minutos de intenso esforço”, e a equipe continuou os procedimentos durante o deslocamento, de viatura, até o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Parte da ação pode ser vista nas imagens que circulam pela internet.

Ao final do vídeo, a mãe aparece feliz segurando seu filho, enquanto relata o caso e agradece a ajuda que recebeu. “Deus enviou essas pessoas”, diz, ao explicar que ficou sem ação ao ver o garoto engasgado, mas que os policiais e a equipe médica prestaram todo o atendimento que o menino precisava. “Só tenho a agradecer”.

PM salva motorista com hipoglicemia em Curitiba

Outro momento recente em que forças policiais foram usadas para uma emergência de saúde ocorreu no início de dezembro, em Curitiba, onde a Polícia Militar do Paraná (PM-PR) salvou a vida de um motorista com crise de hipoglicemia – condição que ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão baixos. Sem atendimento adequado, a hipoglicemia pode acarretar convulsão, perda de consciência e até morte.

Entretanto, a ação rápida de soldados do 12º Batalhão da PM evitou que um curitibano sofresse consequências como essas. De acordo com o PM Erik Caldonazzo Bello, o homem dirigia pela região do Centro Cívico, quando percebeu a crise e entrou em contato com a esposa para pedir ajuda.

“Só que ele não conseguiu explicar onde tinha parado o carro devido à confusão mental causada pela hipoglicemia”, relata o soldado, que encerrava seu turno no dia 3 de dezembro, quando viu a mulher pedir auxílio na Companhia.

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Ele e um colega decidiram aguardar mais um pouco antes de ir para casa e começaram a ver prints que a curitibana havia feito na conversa com o esposo, na tentativa de identificar a localização dele. Não conseguiram.

Fizeram, então, uma nova videochamada pedindo que o homem tentasse mostrar a região. “E avistamos um prédio que tem uma engenharia peculiar, e também um estacionamento”, relata Bello, que seguiu de moto até o local. “Levamos cerca de dois minutos e meio para chegar até ele”.

Além disso, o soldado Adriano Maia Mazieri foi à farmácia comprar um refrigerante para aumentar o nível de glicose do homem. O policial filmou toda a ação com uma câmera pessoal e, depois do ocorrido, postou o vídeo nas redes sociais, sem imaginar a repercussão que teria.

Nas imagens, é possível vê-lo pilotando a moto apressadamente, pegando uma bebida na geladeira do comércio e pedindo que a atendente lhe desse a vez devido à gravidade da situação. A cliente que estava na frente, no entanto, percebe o que está ocorrendo e oferece gratuitamente o refrigerante que havia comprado. O PM pega a bebida, agradece e sai.

“Essa ideia de dar um refrigerante para o homem foi orientação que a irmã dele nos passou por videochamada para que a glicemia baixasse”, explica Bello, informando que, assim que o homem ingeriu a bebida, “já deu uma melhorada”. Ele também foi atendido pelo SAMU, mas não precisou ser encaminhado ao hospital.

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“Se não fosse eles, dificilmente eu estaria aqui porque foi o tempo e a agilidade [no atendimento] que fez com que eu tivesse me recuperado”, afirmou Guilherme Segalla Maciel em vídeo publicado nas redes sociais do Governo do Paraná.

Os cinco policiais envolvidos na ação também foram homenageados pelos vereadores Tico Kuzma e Bruno Pessuti (foto abaixo), de Curitiba, e pelo deputado estadual Ricardo Arruda (foto abaixo). “Meu respeito e gratidão a cada policial que dedica sua vida à proteção da nossa sociedade. Vocês são exemplos de coragem e comprometimento”, afirmou o parlamentar.

Casa Militar à serviço do atendimento a emergências e transporte de órgãos

Além de ações pontuais como essas, o tenente-coronel Marcos Antonio Tordoro, chefe da Casa Militar do governo do Estado do Paraná, comenta que os PMs atuam prontamente em outras situações de emergência, como nas inundações do Rio Grande do Sul, por exemplo, que ocorreram entre abril e maio deste ano.

Na ação, ele relata que a Casa Militar do Paraná disponibilizou três aviões e um helicóptero para realizar 97 voos (foto abaixo), transportando 129 pessoas e centenas de alimentos e medicamentos para hospitais gaúchos.

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“E vimos atuação de outras Casas Militares da mesma forma, como a de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e equipes do Norte”, informou, ao citar ainda outro trabalho realizado diariamente por essas equipes para salvar vidas.

“Damos total apoio à Central de Transplantes, que mantém contato conosco, diariamente, pela manhã, tarde e à noite para buscar órgãos em diferentes estados do país”, ressalta o oficial, destacando a agilidade dos envolvidos no processo.

De acordo com a Capitã Jenifer Formanquevski, que atua como Relações Públicas da Divisão aérea da Casa Militar, o trabalho começa no contato com as equipes de transplantes a fim de verificar se as aeronaves estão disponíveis para atender no tempo necessário.

“Às vezes é só para buscar o órgão em outro estado e trazer, mas há muitos casos em que temos que levar também cirurgiões que farão a retirada desses órgãos”, explica, ao citar que tudo é feito muito rápido e os receptores já ficam na sala de operação, aguardando.

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O transporte de órgãos precisa ser muito rápido, informa capitã

“No caso específico do coração, por exemplo, assim que é cortado o fluxo sanguíneo, já começamos a cronometrar o tempo, pois tem, no máximo, quatro horas até que esteja implantado no novo paciente”, explica, ao citar que a equipe finalizou um procedimento de transporte e implantação recentemente em 3h20, “quase no limite”.

Segundo ela, essa situação foi marcante porque, além de um trajeto longo a ser percorrido, já que o órgão foi buscado em Passos, Minas Gerais, o caso ainda envolveu crianças.

“Era um bebê de seis ou sete meses que teve morte cerebral”, relata. “E eu fiquei em choque com a rapidez que tivemos que fazer todo o processo para que desse certo”. A bebê que recebeu o novo coração tinha cerca de nove meses.

Ao todo, Jenifer informa que a Casa Militar do Paraná atuou em cerca de 30% dos transportes de órgãos realizados em todo o estado em 2024 e que a quantidade de doações de coração cresceu em relação aos anos anteriores.

“Mas ainda tem 27% das famílias de potenciais doadores que recusam doar os órgãos, e nosso trabalho também é conscientizar as pessoas sobre isso, sobre a importância dessa decisão”, afirma a capitã, garantindo que o objetivo de todo o trabalho é salvar. “Estamos aqui para isso”.

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