Com experiência em atendimento a tragédias, o professor Renato Eugênio de Lima, da UFPR, diz que a situação atual no Nordeste mostra que faltam ações de prevenção. Ele lembra que a mesma situação ocorreu em maio de 2009, quando morreram 57 pessoas em nove estados. "Isso é indicador que nossas ações de prevenção não estão sendo efetivas como poderiam e deveriam ser", afirma. Veja os principais trechos da entrevista à Gazeta do Povo.
O que causou a tragédia no Nordeste?
Olhar daqui não é uma avaliação correta porque isso precisa ser feito no local afetado. Mas o que está sendo possível observar é que várias áreas que foram impactadas por ações como desmatamentos e impermeabilização do solo ficam mais vulneráveis nas ocasiões de precipitações mais intensas. Aquela região historicamente é afetada por chuvas intensas nesta época do ano. No ano passado tivemos processo muito semelhante na mesma região. Se não mudarmos tanto no sentido de prevenção quanto na capacidade de resposta, a tendência é cada vez termos um desastre desse tipo.
Por causa do desmatamento?
Não diria isso. São dois componentes. Um é a questão climática, que é recorrente na região nessa época do ano, e outro é o uso não planejado do solo.
Por que choveu tanto no Nordeste?
Cada região tem um regime de chuva. Na nossa região, os meses de precipitação mais intensa são dezembro, janeiro e fevereiro. No Nordeste é comum chuvas intensas em março, abril, maio e começo de junho.
Terminou o período de chuvas no Nordeste?
A região ainda está em um período em que podem ocorrer chuvas. Não diria que a gente já encerrou esse ciclo de chuvas. Não esperaria tanta chuva como ocorreu nos últimos dias. O que ocorre é que, depois de chuva tão intensa, não precisa chover tanto para gerar consequências graves.
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